Política
Sessões remotas dependem do trabalho de até 100 pessoas
Vice-presidente da Assembleia Legislativa explicou por que a Casa de Leis precisou ser fechada.
Correio do Estado
22 de Julho de 2020 - 16:06
O vice-presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul (Alems), Eduardo Rocha (MDB), afirmou que são necessários entre 70 e 100 funcionários para manter a Casa de Leis por meio remoto.
Com a pretensão inicial de suspender o recesso de meio de ano, a Alems precisou manter o calendário anual por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e teve a sua última sessão realizada na quinta-feira (16), com a volta aos trabalhos prevista para 3 de agosto.
Rocha explica que a mudança nos planos veio após a testagem em massa realizada pela Casa em 556 funcionários que ainda estavam frequentando o prédio localizado no Parque dos Poderes, em Campo Grande.
O Legislativo estadual estava funcionando com redução de servidores presenciais e sessões por meio remoto, mas não conseguiu manter a estrutura após seis pessoas terem resultado positivo para a Covid-19.
Conforme noticiado, os deputados Neno Razuk (PTB) e Paulo Corrêa (PSDB), presidente da Casa, e outros quatro servidores que testaram positivo foram afastados.
Os funcionários estão lotados na copa do plenário, departamento de gerência de segurança, recursos humanos e gabinete do deputado Rinaldo Modesto (PSDB).
“O rapaz que servia o nosso café na sessão remota testou positivo, vimos que não tinha como continuar. Foi uma solicitação dos deputados Zé Teixeira e Renato Câmara, então decidimos que seria melhor fechar”, explicou Eduardo Rocha.
De acordo com o deputado, além dos parlamentares que vão à Casa de Leis para a sessão remota, servidores do setor jurídico, imprensa, segurança, copa, transmissão também precisam estar presentes.
“Os deputados sozinhos não fazem a sessão, não é só a gente, tem o pessoal da ata, o pessoal que faz a transmissão na internet, a tecnologia que convida os deputados por meio remoto. Mesmo por meio remoto, são entre 70 e 100 servidores para a gente conseguir fazer a sessão”.
Rocha destacou ainda que os deputados conseguiram votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias e não tinha nada de urgente na pauta, mas que todos os parlamentares estão de sobreaviso, caso seja necessária uma sessão extraordinária.
Questionado sobre como será a volta do plenário em agosto, o vice-presidente destacou que os deputados devem se reunir por meio remoto e avaliar se a Casa volta presencialmente ou continua com as sessões por meio da internet.
Diferentemente da Alems, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados não fizeram o recesso de meio de ano, deputados e senadores continuam com as sessões por meio remoto.
Procurado pelo Correio do Estado, o líder da bancada federal de Mato Grosso do Sul, senador Nelson Trad Filho (PSD), afirmou que cada caso precisa ser avaliado separadamente, e, como os casos estão crescentes no Estado e servidores da Assembleia testaram positivo, o prédio virou um foco de transmissão de Covid-19. “Eles fizeram bem em fechar.
Com seis casos, isso é um sinal de que o vírus está circulando por aí. Não dá para brincar”, destacou o senador.
A Câmara Municipal de Campo Grande também aderiu ao recesso e volta às atividades no dia 4 de agosto. O Correio do Estado procurou o presidente da Casa, João Rocha (PSDB), mas não obteve retorno.
Covid-19
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul, Paulo Corrêa (PSDB), está afastado das atividades desde o dia 8 deste mês.
No dia 9, o presidente teve o resultado do teste positivo para Covid-19.
Na segunda-feira (20), o prédio da Casa de Leis passou por procedimento de sanitização.