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Política

União PT-PSDB ameaça planos do PMDB em Mato Grosso do Sul em 2014

Os veículos integram a segunda fase do PAC II (Programa de Aceleração do Crescimento) da Agricultura Familiar que contempla os municípios com menos de 50 mil habitantes.

Willams Araújo

13 de Setembro de 2013 - 13:00

Ainda em fase de discussão, mas a caminho de iminente concretização, a  união entre PT e PSDB ameaça os planos políticos do PMDB em Mato Grosso do Sul visando às eleições de 2014.

Apesar de adversários no plano nacional, o PT e o PSDB sinalizam para compor uma chapa encabeçada pelo senador Delcídio do Amaral (PT), tendo como candidato ao Senado o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB).

Os planos do PMDB estão ameaçados porque o partido do governador André Puccinelli pode ficar sem candidato ao governo para indicar o vice de Delcídio em 2014, conforme garantem interlocutores com trânsito em Brasília.

A costura política que vem sendo alinhavada pelas principais lideranças políticas do Estado, inclui a participação do deputado federal Geraldo Resende (PMDB) como companheiro de palanque de Delcídio, que vislumbra contar com um forte representante da região da Grande Dourados em sua chapa. 

O projeto ousado envolvendo PT, PSDB e PMDB, agrada ao governador André Puccinelli, que inclusive já avisou e declarou à imprensa que, se for preciso, pedirá licença de seu partido para ajudar a presidente Dilma Rousseff se reeleger em 2014.

O revés político do PMDB ficou evidente a partir das últimas declarações feita à imprensa pela vice-governadora Simone Tebet (PMDB), dando conta que se ela não for candidata ao Senado, não disputará nenhum cargo eletivo em 2014.

Além do mais, há mais de um ano que o presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos (PMDB), vem dando sinais de que o melhor caminho nesse momento é o partido se unir ao PT, projeto esse que tem aval da cúpula nacional dos dois partidos.

A presidente Dilma e o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) são simpáticos à ideia, apesar da forte resistência existente no âmbito dos dois partidos, tanto em Mato Grosso do Sul quanto em outros estados. Na prática, o PMDB deseja unificar o projeto nacional, impedindo o confronto nas instâncias estaduais.

Em princípio, a intenção dos principais líderes peemedebistas é firmar compromisso com os adversários, oficializando a aliança em convenção. No entanto, se a ideia não prosperar, o apoio seria extra-oficial. Há, inclusive, a possibilidade de desfiliação. “Ele está bastante animado”, confidenciou um articulador político, referindo-se a  possibilidade de Geraldo Resende mudar de partido para ser vice de Delcídio, dependendo das circunstâncias.

Essa eventual composição ficou sinalizada na manhã desta sexta-feira (13), quando Delcídio, Reinaldo Azambuja, Geraldo Resende, Vander Loubet (PT) e o presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), Douglas Figueiredo (PSDB), viajaram juntos no mesmo vôo, partindo do Aeroporto Teruel, em Campo Grande, com destino ao município de Costa Rica, onde foram participar do ato de entrega de 13 máquinas motoniveladoras.

Os veículos integram a segunda fase do PAC II (Programa de Aceleração do Crescimento) da Agricultura Familiar que contempla os municípios com menos de 50 mil habitantes.

Em entrevista exclusiva ao site Conjuntura Online, Reinaldo Azambuja não deu dicas sobre o eventual acordo, limitando-se a dizer que continuará “caminhando” junto com Delcídio pelo interior do Estado.

“Depois dessa solenidade em Costa Rica, vamos percorrer o Estado para entregar  motoniveladoras para os 26 municípios que ficaram sem receber”, disse, referindo-se ao complemento das ações do governo da presidente Dilma Roussef, que esteve em maio em Campo Grande entregando máquinas para 45 prefeituras do Estado.

SAÍDA

No entanto, se essa costura política prosperar, o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, indicado extra-oficialmente pré-candidato do PMDB ao governo estadual, terá de rever seus planos futuros. Uma das saídas seria migrar para outra legenda. O PSB do prefeito de Dourados, Murilo Zauith, é visto como uma das opções.

Em conversa recente, Murilo deixou o partido à disposição de Nelsinho, a quem teria feito o compromisso de ajudá-lo como forma de retribuir o apoio que ele lhe deu quando foi candidato ao Senado nas eleições de 2010.