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Sidrolândia

Juiz mantém preso assassino confesso de ex-namorada e marca para esta quinta-feira audiência de instrução e julgamento

Flávio Paes/Região News

04 de Novembro de 2020 - 16:43

Juiz mantém preso assassino confesso de ex-namorada e marca para esta quinta-feira audiência de instrução e julgamento
 Juiz Cláudio Muller Pareja, da Vara Criminal de Sidrolândia. Foto: Vanderi Tomé/Região News

O juiz Cláudio Muller Pareja, da Vara Criminal de Sidrolândia, rejeitou o pedido de liberdade provisória e manteve preso Emerson Cláudio Fávero, 43 anos, que no último dia 24 de fevereiro matou com 20 golpes de faca a ex-namorada dele, Rosenilda dos Santos Lopes, crime brutal presenciado pela filha adolescente da vítima. Nesta quinta-feira (5) a partir das 14h30 está prevista a audiência de instrução e julgamento quando serão ouvidas por videoconferência as testemunhas arroladas no processo.

O advogado do acusado requereu que ele fosse colocado em liberdade, com uso de tornozeleira, invocando a possibilidade de Emerson contrair Covid-19 no presídio, além de usar remédio controlado e ter filho menores na cidade. O magistrado negou o pedido a partir de informações encaminhadas pelo diretor do Centro de Triagem Anísio de Lima, unidade prisional onde está desde a saída dele do hospital, recuperado dos ferimentos a faca que ele supostamente se auto infringiu após cometer o crime, ao tentar se matar com 5 facadas na barriga.

O diretor do presídio informou que nenhum detento da unidade tinha sido acometido pela Covid-19 e aqueles que testaram “especificamente em relação ao acusado Emerson Cláudio Fávero, foi dito que goza de plena saúde e, inclusive, tem desenvolvido trabalho de serviços gerais na unidade penal. Sendo assim, e porque não foram apresentados outros argumentos pela defesa, indefiro o pedido de liberdade formulado por Emerson Cláudio Fávero”, observa o magistrado em sua decisão.

Nova versão

Juiz mantém preso assassino confesso de ex-namorada e marca para esta quinta-feira audiência de instrução e julgamento
Emerson Cláudio Fávero, 43 anos e Rosenilda dos Santos Lopes. Fotos: Reprodução

Além de pedir à Justiça que até o julgamento seu cliente fique em casa para cuidar dos filhos menores, monitorado por tornozeleira eletrônica, o advogado de Emerson, Marco Ribeiro dos Anjos, entrou com recurso na Justiça em que pleiteia a desclassificação do enquadramento do pintor denunciado pelo Ministério Público por feminicídio, cometido por motivo torpe (não aceitava o fim do relacionamento), com a agravante não ter oferecido a vítima chance de defesa, para lesão corporal, como recurso para defender a própria vida. Aceita esta tese, Emerson, ao invés de correr o risco de ser condenado a pena que varia de 12 a 30 anos de prisão; no máximo pegaria seis meses a um ano a 5 anos de prisão.

Como está preso desde o dia 2 de março, quando foi decretada sua prisão preventiva, portanto há pouco mais de seis meses, em pouco tempo poderia pedir progressão para o regime semiaberto.

Para sustentar esta tese ousada, diante das circunstâncias violentas em que o crime foi cometido, o advogado descreve a vítima, como dona de uma “personalidade violenta e com histórico de agressões”, alcoólatra “que a tornava uma pessoa extremamente perigosa”. E vai além: “o acusado somente se defendeu da injusta agressão e tentativa de homicídio a qual na verdade a vítima almejava executar”.

Ao ser interrogado pela Polícia no dia 02 de março logo após deixar o hospital, Emerson confessou o crime. Admitiu que foi na casa de Rosenilda com intenção de reatar o relacionamento iniciado há 8 meses. Começaram a discutir, quando a filha da vítima, uma adolescente, teria tentado imobiliza-lo com um choque, mas não conseguiu.

Ele teria partido pra cima da mulher que ainda o feriu com golpes de faca, mas mesmo assim conseguiu dominá-la e em seguida a levou para o quarto onde a golpeou 20 vezes. Foi encaminhado às pressas com ferimentos na barriga. A versão inicial foi que tentou se matar, mas ao falar à Polícia, negou a tentativa de suicídio, sustentou ter sido ferido por Rosenilda.