Sidrolandia
3º cão ferido em uma semana, desta vem em Dourados
Dourados Agora
24 de Agosto de 2012 - 08:26
Uma série de eventos vem perturbando o sono dos cães do estado. O primeiro caso foi em Coxim, no início da semana. 24 horas depois, o segundo, em Campo Grande. Agora, o fenômeno chegou a Dourados. O terceiro embate entre um cachorro e um porco-espinho aconteceu na madrugada desta quinta-feira, em um sítio no distrito de Indápolis, em Dourados.
A vítima dessa vez foi Bobi, um cachorro já adulto que tem o hábito de caçar nas redondezas da propriedade onde mora, enquanto os donos estão dormindo. Nem toda a experiência de caça, porém, foi suficiente quando Bobi encontrou o porco-espinho que o atacou. O resultado não podia ser diferente, mais de 1000 espinhos foram retirados do cão, em um procedimento que durou quase toda a manhã.
O dono ainda tentou socorrer o animal de estimação, mas devido à grande dor, não teve jeito, Bobi só permitiu que os espinhos fossem retirados depois de sedado. Só então, Dheywid Karlos Mattos, o veterinário que o atendeu, conseguiu retirar os espinhos, que estavam espalhados por toda a cara e até dentro da boca do cão.
O maior cuidado é evitar que o espinho se quebre e fique preso dentro do corpo do animal, gerando uma inflamação depois, explica Dheywid. Depois de retirados todos os espinhos, o veterinário aplicou anti-inflamatórios e antibióticos para evitar futuras infecções.
Fabiana Rangel é médica veterinária do Hospital Veterinário da Unigran, onde Bobi foi atendido, e explica que a maior preocupação é impedir que os machucados infeccionem. Sempre na hora da retirada existe o risco de ficar um pedaço do espinho, especialmente na boca. Se isso acontecer, pode ocorrer a miíase, a famosa bicheira, ou mesmo uma infecção grave, explica a veterinária. Por isso, Bobi ainda vai ser acompanhado pelo Hospital, até que fique novo em folha.
Esse não é o primeiro caso atendido no Hospital Veterinário. Dheywid Mattos conta que um cachorro com ferimentos semelhantes já foi atendido e, assim como dessa vez, o dono tentou socorrer o animal antes de procurar um médico veterinário. E, na maioria das vezes, isso acaba sendo uma má ideia.
Como a retirada dos espinhos provoca dor e a maioria dos cães que vem pra cá são cães de grande porte, o cachorro tenta morder o proprietário, ele não consegue retirar e só então trás pra cá. Aí o animal chega com dor, chega bravo, conta o veterinário.
Por isso, o conselho é não tentar ajudar o animal e procurar um veterinário imediatamente. Na maioria das vezes, quando o proprietário tenta retirar e o animal não deixa, acaba quebrando o espinho dentro da pele ou da língua, o que dificulta a remoção e causa outros problemas depois, explica Dheywid.