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Sidrolandia

Aluno do 9º ano no Sidrônio, com 14 anos, passa no vestibular e quer fazer faculdade

Norton foi um dos 20 candidatos aprovados no vestibular realizado no dia 11 de outubro, quatro dias depois de seu aniversário, comemorado no dia 7.

Flávio Paes/Região News

13 de Novembro de 2014 - 16:52

Os pais de Norton Guilherme, um garoto de 14 anos, estudante do 9º ano na Escola Estadual Sidrônio Antunes de Andrade, residente no Bairro Pé de Cedro em Sidrolândia, estão dispostos a recorrer à Justiça para garantir que ele consiga se matricular no curso de arqueologia na PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Goiânia, embora não tenha o diploma do ensino médio, pré-requisito para quem quiser fazer um curso superior.

Norton foi um dos 20 candidatos aprovados no vestibular realizado no dia 11 de outubro, quatro dias depois de seu aniversário, comemorado no dia 7. Ele concorreu no vestibular social da PUC reservado a candidatos com renda familiar de até 6 salários mínimos (R$ 4.344,) que garante aos aprovados desconto de 50% na mensalidade. Foi aprovado em  2º chamada, tendo ficado em 27º lugar.

Apaixonado por história, sem nenhuma influência dos pais professores, Norton precocemente identificou na arqueologia seu futuro profissional. Pesquisou na internet e descobriu na PUC de Goiânia a chance de fazer o curso de arqueologia que segundo ele é o segundo melhor do país, superado apenas pela Universidade Federal do Sergipe, em Aracaju.

Escolheu a PUC goiana pela proximidade do estado com Brasília, onde moram parentes do seu pai. Se inscreveu pela internet e convenceu a mãe, Eliane Carvalho, a levá-lo para fazer as provas no dia 11 de outubro. No dia de 7 os dois viajaram de avião para Brasília e de lá foram para a capital de Goiás, onde Norton fez o vestibular.

Na última quarta-feira, dia 12, saiu o resultado e comemorou sua aprovação. A família pretende agora recorrer à defensoria pública e ao Ministério Público, para garantir uma liminar na Justiça que garanta ao garoto o direito de se matricular até o dia 17 (quando termina o prazo), mesmo não tendo o certificado de conclusão do ensino médio.

Se conseguir o aval da justiça, Norton será o segundo filho da professora Eliane a fazer um curso superior. O mais velho, Rennier, com 24 anos, faz a faculdade de educação física na Unigran em Campo Grande. Ela se mostra conformada com a possibilidade de ficar 3,5 anos longe de Norton (tempo de duração do curso) que terá de se mudar para Goiânia.

O pai do garoto, que é professor aposentado do município, está disposto a permanecer em Goiás em companhia do filho enquanto ele estiver fazendo faculdade. Norton acredita que a arqueologia é um campo profissional que poderá lhe garantir sua sobrevivência no futuro.

“Gostaria de trabalhar em Israel, mas aqui no Brasil haverá oportunidade de trabalho. Hoje o arqueólogo é contratado pelas empresas para verificar se nas áreas onde vão se instalar, há sítios arqueológicos”, informa, mostrando que pesquisou para conhecer mais a fundo as possibilidades para quem escolher a arqueologia como profissão.