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Sidrolandia

Ampliação da oferta de empréstimos traz riscos para clientes, alertam especialistas

A contratação de empréstimos no caixa eletrônico, pela internet ou pelo telefone, sem o intermédio do gerente, cresce de forma robusta no País.

Agência Estado

23 de Agosto de 2010 - 08:00

Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a adesão por esses meios já responde por cerca de 40% de todo o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) das instituições que oferecem a opção aos clientes. A tendência, dizem analistas, é a fatia expandir-se ainda mais nos próximos anos.

        Se, de um lado, a modalidade dá mais independência ao cliente, de outro, demanda muito cuidado. Bancos e especialistas em finanças pessoais chamam a atenção para o consumo consciente do crédito. "Ter o empréstimo fácil pode ser um risco. Mas, se há consciência, essa é uma alternativa de grande valia para a evolução do sistema financeiro", afirma Liao Yu Chieh, professor de Finanças do Insper.

        Na prática, o processo de contratação no caixa eletrônico, na internet ou no telefone ocorre de maneira simples. "Qualquer oferta passa pelos critérios de pré-aprovação do crédito e, assim, são adequadas ao perfil de cada cliente", informou o banco Itaú Unibanco por meio de comunicado.

        O Itaú, assim como Banco do Brasil, Bradesco, Santander e HSBC, tem, em todas as agências e na maior parte dos caixas eletrônicos, cartilhas ou materiais informativos sobre o uso consciente do crédito.

        "Temos de seguir a dinâmica social e o cliente não quer ir à mesa do gerente. Quer tomar as próprias decisões", diz Rogério Estevão, superintendente executivo de empréstimos do Santander.

        Ione Amorim, economista do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), concorda que aderir a empréstimos de forma independente é uma tendência do mundo moderno. Mas pondera que, com a facilidade do processo, o consumidor precisa ter cuidado para não tomar o empréstimo por impulso. "A oferta é excessiva no caixa eletrônico e no telefone. Isso é muito arriscado", diz.

        Ademiro Vian, diretor adjunto da Febraban, admite que, no tête-à-tête com o gerente, eventualmente o cliente pode conseguir melhores condições de pagamento e de taxas de juros. "De fato isso pode ocorrer, mas não é sempre", afirma.