Sidrolandia
Após dois anos de ocupação, terenas tornam Fazenda 3 R uma aldeia produtiva
Há vários casos de sucesso com a exploração da terra que é feita com muitas, já que a famílias não tem acesso a linhas de crédito
Flávio Paes/Região News
11 de Fevereiro de 2013 - 10:43
Enquanto os patrícios liderados pelo cacique Rodrigues Alcântara, entraram pela terceira vez a Fazenda Querência São José, propriedade vizinha, as 60 famílias, 300 pessoas, que permanecem na Fazenda 3 R, ocupada em maio de 2011 por aproximadamente mil índios (entre homens, mulheres e crianças), comemoram a autonomia da Aldeia Buriti e os resultados da agricultura familiar com o plantio de banana, milho e mandioca, além do feijão para subsistência.
O pessoal está conseguindo sobreviver. Tem gente que até conseguiu juntar dinheiro para comprar uma moto, informa um dos líderes do grupo, Ronilson Vitorino.
O grupo faz questão de se dissociar da ocupação da Fazenda Querência São José, embora respeite a decisão do grupo que é da Aldeia Buriti. As famílias da 3R saíram da Buriti há dois anos, proclamando sua independência criando a Aldeia 10 de Maio, referência ao dia da entrada na Fazenda 3 R, quando aproximadamente mil pessoas ocuparam a propriedade.
Temos um acordo com o proprietário, Roberto Bacha. Não avançamos na ocupação até que a Justiça decida sobre a propriedade dos 17 mil hectares que por direito e conforme estudos antropológicos, pertencem aos terenas. Hoje 2.500 pessoas, estão confinadas em 2.090 hectares da Reserva Buriti, distribuídas entre 9 aldeias localizadas em Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti.
Há vários casos de sucesso com a exploração da terra que é feita com muitas dificuldades, já que a famílias não tem acesso a linhas de crédito. A família de Emerson André, por exemplo, planta feijão para o consumo próprio e sobrevive com a venda da banana colhida com os 2.800 pés que plantou.
A produção de 25 caixas é vendida para a Prefeitura Municipal usar no cardápio da merenda escolar. Paulo Linhas, tem 2 hectares de mandioca plantados e igual quantidade de milho. Vendeu o milho para a Conab e a farinha tem comprador certo. Ano passado vendeu 300 caixa para uma indústria de Campo Grande que veio buscar na fazenda. .
Em Sidrolândia, agora são três propriedades reivindicadas como terra indígena, ocupadas por terenas: a 3 R, com 303 hectares; a Cambará com 1.200 hectares e agora mais recentemente, a Querência de São José, também com 300 hectares.