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Sidrolandia

Com 50% da frota parada em oficinas, Samu de Dourados está perto do colapso

O serviço, implantado para salvar vidas, está com 50% da frota veículos sucateada.

Dourados Agora

05 de Abril de 2011 - 13:25

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Dourados está perto de entrar em colapso. O serviço, implantado para salvar vidas, está com 50% da frota veículos sucateada. Das seis ambulâncias, três estão paradas há meses em oficinas mecânicas de Dourados.

A primeira precisa de um orçamento de R$ 50 mil para ser consertada. Outras duas ambulâncias pedem investimentos na ordem de R$ 7 mil e R$ 5 mil respectivamente. A informação é do Conselho Municipal de Saúde, que esteve ontem pela manhã na sede do Samu.

Conforme o conselheiro Nelson Salazar, uma autorização da prefeitura poderá liberar estes veículos que hoje estão em oficinas mecânicas.

Até mesmo a ambulância que deve ficar guardada para reforçar a tropa em situações de emergência precisa de reparos urgentes.

O Samu de Dourados também enfrenta problemas de falta de funcionários. De acordo com o Conselho, foram localizadas duas motocicletas que não estão nas ruas por falta de servidores.

“Um dos veículos nem mesmo documentação tem”, diz Nelson Salazar. Segundo ele, há profissionais capacitados para utilizar o recurso, mas eles estão trabalhando nas ambulâncias.

“Com as motocicletas, o técnico de enfermagem tem como se deslocar com precisão, diagnosticar e resolver muitos casos que não precisam de deslocamento de viatura”, diz.

Devido à falta de funcionários, o projeto Samuzinho parou ou nem mesmo saiu do papel.

Necessidades - Hoje o Samu conta com quatro técnicos de enfermagem para uma população de quase 200 mil habitantes. De acordo com Salazar, o ideal é que este número fosse no mínimo dobrado.

“O problema só não é pior porque os funcionários do Samu são esforçados. Toda a equipe faz tudo o que pode para melhor atender a comunidade”, disse.

Hoje o repasse mensal para manter o Samu é de R$ 71 mil de recursos federais, mais contrapartida do governo do Estado e da prefeitura, que gerencia o serviço.

Outro problema no Samu constatado pelo Conselho é a falta de materiais básicos.

“Já existem solicitações na secretaria de saúde para talas, tirantes, colar cervical, mascaras, material de oxigênio, reanimadores, entre outros desde 2009”, lembra.

Um outro agravante é que a Central do Samu não é informatizada, condição necessária para o atendimento 24h com orientadores e integração de trabalhos que permitem estatísticas mais eficazes sobre os serviços prestados.

O Samu também não tem um posto de lava-rápido. De acordo com o Conselho, apesar de todo o trabalho de esterilização, todos os resíduos infectantes vão para valas comuns dos postos de combustíveis durante as lavagens.

Apesar dos problemas, o Samu faz mais de 1 mil deslocamentos de viaturas por mês em Dourados. Só de atendimentos, via telefone, os números passam de 4 mil.

Resposta - A secretária de Saúde do município, Silvia Bosso, disse em entrevista que antes da vistoria do Conselho já havia marcado uma reunião com a administração municipal para levantar os problemas do SAMU e “demais entraves à Saúde Pública que foram herdados pela atual administração municipal”.

Segundo ela, uma das propostas é dar prioridade a todos as questões de saúde pública, o que inclui a manutenção das ambulâncias de forma urgente e sem filas.