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Sidrolandia

Cresce nº de mulheres chefes de família e de jovens negros universitários

Do total de estudantes pretos ou pardos de 18 a 24 anos, 45,5% estavam na universidade no ano passado

UOL

05 de Dezembro de 2015 - 10:39

Dados da SIS 2015 (Síntese de Indicadores Sociais), pesquisa produzida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e divulgada nesta sexta-feira (4), mostram que, em dez anos, aumentou a participação feminina na condição de responsável pelos domicílios onde vivem casais com filhos.

Em 2004, 3,6% das casas brasileiras onde moravam casais e pelo menos um filho tinham a mulher como chefe da família. Já em 2014, essa proporção chegou a 15,1% (alta de 11,5 pontos percentuais).

Em uma década, o IBGE também constatou crescimento na proporção de universitários na faixa etária de 18 a 24 anos --de 32,9%, em 2004, para 58,5%, em 2014--, com destaque para o recorte por cor ou raça, de acordo com os critérios de classificação do instituto.

Do total de estudantes pretos ou pardos de 18 a 24 anos, 45,5% estavam na universidade no ano passado. Há dez anos, essa proporção era de 16,7%. Entre os brancos, também houve aumento --de 47,2%, em 2004, para 71,4%, em 2014.

Homens são maioria

Segundo a Pnad, a pessoa de referência no domicílio era "assim considerada pelos demais membros da família", independentemente dos critérios utilizados pelos indivíduos que responderam os questionários.

À medida que a participação feminina como chefe de família (em lares onde há casal com filhos) cresceu 11,5 pontos percentuais em dez anos, a masculina passou de 67,7%, em 2004, para 54,9%, no ano passado (queda de 12,8 pontos percentuais no período).

Isso significa dizer que, embora os homens ainda sejam a maioria dos chefes de família nessas residências, eles vêm dando espaço gradual às mulheres, visto que os outros arranjos familiares se mantiveram estáveis.

Os domicílios que têm responsável sem cônjuge (pessoas que criam filhos sozinhas, por exemplo) tiveram variação de um ponto percentual para aqueles ocupados por homens (de 25,6% para 26,% em dez anos) e 0,3 ponto percentual para os ocupados por mulheres (de 3,1% para 3,4%).

O crescimento da participação feminina também foi observado pelo IBGE nos domicílios ocupados por casais cujos filhos saíram de casa. Em 2004, a proporção de residências que tinham esse perfil e eram chefiadas por mulheres era de 3,4%. Dez anos depois, o percentual passou para 10,9%.

Tendências

Os responsáveis pela pesquisa não investigam causalidades, fato comum em estudos do IBGE, mas elencam algumas tendências que podem ajudar a explicar as variações estatísticas. Os números são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

No caso das mulheres, em geral, há um movimento histórico de consolidação da mulher como responsável pela casa. Em 2014, com base nas amostras censitárias (2000 e 2010), o instituto já havia concluído que, considerando todas as combinações possíveis (casais com filhos, casais sem filhos e homens e mulheres que moram com filhos sem a presença de um cônjuge), mais de um terço dos domicílios existentes no país estavam sob responsabilidade feminina.

Das 57,3 milhões de residências brasileiras, em 2010, 38,7% eram chefiadas por mulheres --dez anos antes, essa proporção era de 24,9% (aumento de 13,8 pontos percentuais).