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Sidrolandia

Enersul desliga "gato" e Feira do Artesão de Bonito fica no escuro

A normalização do fornecimento dependeria da instalação de um relógio medidor de energia

Jornal de Bonito

03 de Agosto de 2012 - 16:55

Envolta em suspeitas de superfaturamento que resultaram na realização de dois orçamentos independentes e de uma representação ao Ministério Público questionando o valor pago pela prefeitura pela obra a Feira do Artesão de Bonito, inaugurada oficialmente na terça-feira passada 24 de julho (um dia antes da abertura do 13º Festival de Inverno), encontra-se às escuras desde segunda-feira (30).

 

Com o corte da energia os artesãos abandonaram os quiosques no quais expõem seus produtos e montaram bancas provisórias na parte da calçada iluminada pela rede pública. “Estamos diante de um apagão cultural”, afirma bem-humorado um dos expositores, que pediu para ter seu nome preservado.

 

O motivo relatado seria o desligamento pela Enersul de um “gato” (ligação feita diretamente da rede, sem passar por nenhum relógio), utilizado pela administração para inaugurar a feira e ilumina-la durante o período do festival. A normalização do fornecimento dependeria da instalação de um relógio medidor de energia.

 

Absolutamente simples a Feira do Artesão de Bonito consiste em quatro quiosques de eucalipto tratado (com quatro metros cada), com telhas de barro, balcões e dois bancos de madeira, além de um pergolado (também com quatro metros), com capacidade total para abrigar oito artesãos. O único equipamento utilizado no local durante a construção foi uma furadeira. Pela obra a prefeitura pagou R$ 59.066,41 (cinqüenta e nove mil, sessenta e seis reais e quarenta e um centavos).

 

Inconformada com a disparidade entre o preço pago e a simplicidade notória da construção uma arquiteta da cidade realizou um orçamento paralelo com base em um croqui detalhado, demonstrando, após contagem e medição da obra, que toda a madeira utilizada (orçada em empresas locais) custou aproximadamente R$ 2.318,00; outros materiais, como telhas, cimento, tijolos e ferragem custaram cerca de R$ 7.000,00 e a mão-de-obra, orçada por dois empreiteiros, foi avaliada em R$ 5.000,00.

 

O resultado foi apresentado por ela no dia 8 de março ao promotor Thalys Franklyn Martins, da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Bonito, e protocolado mediante Termo de Comparecimentos e Declarações. Outro orçamento independente, solicitado por um vereador, orçou a construção em pouco mais de R$ 16.000,00.