Sidrolandia
Falta de chuva ameaça início do plantio de grãos
A previsão é de que o País produza mais de 80 milhões de toneladas de soja em 2012/13, superando pela primeira vez a safra dos Estados Unidos.
Agência Brasil
17 de Setembro de 2012 - 07:09
O plantio do que pode ser a maior safra brasileira de soja da história está autorizado para começar nos dois principais produtores nacionais - Mato Grosso e Paraná - hoje, quando se encerra o vazio sanitário, período em que a terra não deve ser cultivada para evitar a propagação de pragas.
Ambos os Estados só esperam o início das chuvas para dar início aos trabalhos. Há uma preocupação de que a umidade necessária para a preparação do solo atrase, mas os produtores mantêm a intenção de expandir a área plantada em pelo menos 7%, segundo estudo divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Os preços remuneradores da oleaginosa estimularam o avanço das lavouras sobre áreas destinadas a culturas de me- nor liquidez ou mesmo sobre pastagens. Com os estoques globais do produto em níveis muito baixos, a pressão para que o Brasil colha um volume recorde é cada vez maior.
A previsão é de que o País produza mais de 80 milhões de toneladas de soja em 2012/13, superando pela primeira vez a safra dos Estados Unidos. Em Mato Grosso, maior produtor da oleaginosa, a demora das chuvas pode adiar as atividades no campo para a segunda quinzena de outubro.
E como os produtores do Estado pretendem semear milho logo após a colheita da soja, repetindo o bom resultado da produção do cereal em 2012, a possibilidade de atraso no plantio da soja preocupa o setor. Talvez seja o grande desafio da temporada, diz Daniel Latorraca, gestor do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Para José Varago, superintendente- técnico da Coamo Agroindustrial Cooperativa, no Paraná, a demora vai gerar no mínimo um transtorno, senão prejuízo para os produtores. Só a Coamo deve cultivar 1,2 milhão de hectares com soja no Paraná - e chegar a 1,8 milhão de ha, considerando as áreas da cooperativa em Santa Catarina e Mato Grosso do Sul - o que equivale a 26% do total a ser semeado no segundo maior Estado produtor da commodity em 2012/13.
No caso da soja, o início tardio do plantio pode ser positivo. Nos anos em que aconteceu isso, tivemos bons níveis de produtividade, diz Latorraca. Na temporada 2012/13, um fator que reduz a pressão para acelerar a implantação da oleaginosa é o cultivo de algodão, que ocorre depois da colheita da soja e antes do milho.
A área semeada com a fibra deve cair 28% neste ciclo que se inicia, por causa dos preços pouco atrativos.