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Sidrolandia

Fazendeiro pede apoio da PF para retirar 800 cabeças de gado em fazenda invadida

A propriedade fica em Paranhos, município que tem um território de 130,2 mil hectares.

Flávio Paes/Região News

16 de Agosto de 2012 - 11:00

A Polícia Federal vai garantir proteção a retirada de 800 cabeças de gado da Fazenda Eliane, em Paranhos, ocupada desde sexta-feira por um grupo de 400 indios Guarani Kaiowa. Nesta quarta-feira o advogado do proprietário esteve com o superintendente Edgar Paulo Marcon.

Em decorrência da invasão, índios e agentes do Cimi atribuem aos produtores o desaparecimento durante a invasão de um indígena adolescente e a posterior morte de uma criança. A propriedade fica em Paranhos, município que tem um território de 130,2 mil hectares.

As terras indígenas regularizadas e em processo de regularização já ocupam 24,5 mil hectares, correspondendo a 18,82% do território total. Os índios querem a criação da uma nova terra indígena denominada Arroyo Kora, com 7,1 mil hectares. Os estudos para a criação da nova área estão sendo contestados na Justiça pelos proprietários.

Para o presidente da Famasul, Eduardo Riedel, as recentes ocorrências envolvendo indígenas e produtores rurais em Mato Grosso do Sul são resultantes do fomento à invasão e à violência por parte do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e da Fundação Nacional do Índio (Funai). Essas instituições incitam a ocupação de áreas legalmente tituladas e dão guarida para que situações ilícitas sejam institucionalizadas.

Na opinião de Riedel a responsabilidade maior sobre as consequências das invasões é justamente de quem deveria zelar pelo bem estar dos indígenas. “É a invasão de propriedades que gera a violência. Quem promove e executa a invasão é responsável por ela. No entanto, há uma inversão na repercussão do fato”, afirma o vice-presidente da entidade, Nilton Pickler.

Segundo o dirigente há uma distorção escancarada em relação à interpretação das ocorrências que é levada à opinião pública. “A violência é decorrente da invasão, que é um ato ilegal, e sua causa não pode ser atribuída à defesa da propriedade por parte do produtor”, completou. Conforme Pickler, as ações dos indígenas são ilegítimas e se apoiam na falta de atuação do poder público para resolver a demanda por ampliação ou criação de novas aldeias.

“O problema das comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul não será superado enquanto não tivermos segurança jurídica e o fim da miséria nessas comunidades. E o fim da miséria depende de políticas específicas e não está relacionado somente com a ampliação das aldeias”, complementou.