Sidrolandia
Fracassou tentativa do MPF de pôr fim a ocupação da fazenda 3 R
O presidente da Famasul, Eduardo Ridel, presente à reunião, fez uma defesa veemente do direito de propriedade
Flávio Paes/Região News
13 de Maio de 2011 - 16:12
Fracassou a tentativa do Ministério Público Federal e de dirigentes do Sindicato Rural e da Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul) de pôr fim a ocupação da fazenda 3 R, há dois dias invadida por mais de mil índios da aldeia Buriti (localizada em Dois Irmãos do Buriti) que estão acampados na propriedade e ameaçam entrar em mais quatro propriedades vizinhas.
Eles cobram a demarcação como terra indígena de 25 propriedades que somam 17 mil hectares há mais de 11 anos reconhecida pelo Ministério da Justiça como terra indígena. Nenhuma das lideranças que participa da ocupação esteve na Câmara para se reunir com o procurador geral da República, Emerson Siqueira, o dono da propriedade invadida, Roberto Bacha e os dirigentes das entidades ruralistas.
O procurador manteve contato telefônico com os líderes do movimento e recebeu o aval deles para entrar na área de conflito desde que fosse acompanhado apenas de Newley Amarilha, advogado do fazendeiro que acusa os índios de terem abatido 47 cabeças de gado e retirado madeira.
Só estiveram na Câmara duas lideranças da Aldeia Córrego do Meio (que fica em Sidrolândia), Vinicius Jorge e Agenor Honorato, que embora reivindiquem a ampliação das terras indígenas não demonstram disposição de aderir à tática de pressão mais radical ao governo federa adotada pelos seus patrícios de Dois Irmãos do Buriti.
Na reunião ocorrida nesta sexta-feira o veterinário Roberto Bacha disse que mais de mil índios estão acampados na sua fazenda, a 3R. Segundo ele durante a ocupação 47 animais já foram abatidos e muita madeira foi tirada da propriedade.
No contato que mantive com os índios percebi que há uma divisão entre eles, um grupo aceita abrir negociação, outro está interessado em interditar a estrada de acesso à fazenda para tornar pública o desejo de ter as terras demarcadas e um terceiro grupo defende esta estratégia de invasão das propriedades reivindicadas e falam em ocupar ainda nesta semana mais quatro fazendas.
Fazendeiros de Maracaju, Antônio João e outras cidades do Estado estiveram presentes na reunião. Nessa situação a posse da terra, a escritura, parece ser ignorada. Nós não temos nada contra os índios, mas se há uma dívida social, ela não é exclusiva dos fazendeiros, é de toda sociedade, opinou Bacha.
O presidente da Famasul, Eduardo Ridel, presente à reunião, fez uma defesa veemente do direito de propriedade.