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Sidrolandia

Governo defende campanha "Gente boa também mata" após polêmica

Ação do Ministério dos Transportes para evitar acidentes de trânsito dividiu opiniões nas redes sociais. Governo diz querer mudar realidade.

G1

03 de Janeiro de 2017 - 16:37

O governo federal saiu em defesa nesta terça-feira (3) da campanha "Gente boa também mata", criada pela agência Nova/sb para o Ministério dos Transportes, que acabou gerando polêmica nas redes sociais.

"O alerta que se faz é que não apenas o motorista estereotipado como 'inconsequente' provoca acidente. Mesmo que involuntariamente, qualquer cidadão pode causar acidentes graves e até mortes no trânsito com pequenas atitudes, como mandar um whatsapp enquanto conduz, desviar a atenção das ruas ao trocar a música no rádio ou fazer uma ultrapassagem em locais de risco, sem visibilidade ou em trecho com faixa continua. As mortes no trânsito estão entre as 10 principais causas de óbitos no país. É essa realidade que o Governo Federal quer mudar", afirmou em nota a Secretaria Especial de Comunicação da Presidência da República .

A campanha começou a ser veiculada no final do ano passado e passou a ser alvo de críticas, questionamentos e pedidos de retirada. Teve gente dizendo que sequer entendeu.

No vídeo e nos cartazes, a campanha traz frases como “Quem planta árvores pela cidade”, “Quem faz trabalhos voluntários”, “Quem resgata animais na rua” e “O melhor aluno da sala” com o complemento "pode matar". Assista ao vídeo

"A campanha criada pela Nova/sb mostra que não basta ser uma boa pessoa, ser solidário e contribuir para comunidade se não respeitar as leis de trânsito", diz o texto de apresentação do filme.

No lançamento da campanha, o Ministério dos Transportes divulgou que o objetivo era abordar acidentes de trânsito causados a partir das cinco condutas mais perigosas: embriaguez ao volante, excesso de velocidade, ultrapassagens irregulares, uso de aparelho celular e não uso de dispositivos de segurança.

Na nota divulgada nesta terça-feira, o governo explica que esta é a primeira etapa da campanha, que ainda terá outras peças. "Na primeira, o objetivo é chocar e chamar atenção para as práticas que geram acidentes involuntários por pessoas que não tem perfil de risco. Em sua segunda fase, a campanha explica de forma mais didática os cuidados para se evitar os problemas ao conduzir veículo automotor", informou.

Críticas e elogios

Na página do Ministério dos Transportes no Facebook, a campanha dividiu opiniões. "Muito infeliz este vídeo, não importa se você é pessoa boa ou ruim, todo erro é passível de consequência, temos que procurar fazer o que é certo para não reclamar depois", criticou um internauta.

Mas a campanha também recebeu elogios. "Achei interessante a propaganda porque mostra que isso pode acontecer com qualquer um , com a gente mesmo se desrespeitarmos essa norma que é mais da sobrevivência e respeito ao próximo do que meras leis", escreveu outra.

Procurados pelo G1, o Ministério dos Transportes e a Nova/sb não comentaram, e informaram que a Secretaria de Comunicação é quem se manifestaria sobre a polêmica.

Já o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) informou que até o momento não foi aberto nenhum processo no órgão para julgar a campanha.

Confira a íntegra da nota do governo federal:

"Sobre a polêmica gerada pela campanha “Gente boa também mata”, a Secretaria Especial de Comunicação da Presidência da República esclarece que as peças publicitárias abordam acidentes de trânsito causados a partir das cinco condutas mais perigosas segundo as estatísticas da Polícia Rodoviária Federal. São elas: embriaguez ao volante, excesso de velocidade, ultrapassagens irregulares, uso de aparelho celular e não utilização de dispositivos de segurança. O objetivo do governo é chamar a atenção para atitudes que até mesmo pessoas comuns podem ter ao volante, sem avaliar as consequências.

A campanha é dividida em linhas de comunicação por etapas. Na primeira, o objetivo é chocar e chamar atenção para as práticas que geram acidentes involuntários por pessoas que não tem perfil de risco. Em sua segunda fase, a campanha explica de forma mais didática os cuidados para se evitar os problemas ao conduzir veículo automotor.

O alerta que se faz é que não apenas o motorista estereotipado como "inconsequente" provoca acidente. Mesmo que involuntariamente, qualquer cidadão pode causar acidentes graves e até mortes no trânsito com pequenas atitudes, como mandar um whatsapp enquanto conduz, desviar a atenção das ruas ao trocar a música no rádio ou fazer uma ultrapassagem em locais de risco, sem visibilidade ou em trecho com faixa continua. As mortes no trânsito estão entre as dez principais causas de óbitos no país. É essa realidade que o Governo Federal quer mudar".

Acesse o link com dados estatísticos de acidentes no Portal da Polícia Rodoviária Federal:

https://www.prf.gov.br/portal/noticias/nacionais/prf-registra-mais-de-dois-mil-acidentes-durante-festas-de-fim-de-ano