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Sidrolandia

Ibama fiscaliza desmatamento em área de preservação em Bonito, MS

Com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Chico Mendes, do Ministério do Meio Ambiente, a fiscalização foi aérea, feita de um helicóptero

G1 MS

12 de Novembro de 2014 - 16:05

As áreas de reserva dentro do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, na região de Bonito, são alvos de uma operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama). A intenção é vistoriar a situação de áreas de reserva.

Com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Chico Mendes, do Ministério do Meio Ambiente, a fiscalização foi aérea, feita de um helicóptero. As imagens geradas por satélites ajudaram no planejamento da ação. As coordenadas indicavam onde os fiscais do Ibama poderiam encontrar indícios de crimes ambientais.

Durante o voo sobre a área fiscalizada, os fiscais do Ibama estimaram que cerca de 700 hectares já tenham sido consumidos pelo fogo e pela extração seletiva de madeira. A principal suspeita é que o desmatamento esteja sendo provocado por não índios, mesmo em áreas indígenas

A área de vistoria é parte do Parque Estadual da Serra da Bodoquena, que ocupa uma área de 77 mil hectares entre os municípios de Bonito, Bodoquena, Jardim e Porto Murtinho. A região gera recursos pela exploração do turismo ecológico e de contemplação, por isso, a preservação dos recursos naturais deveria ser a primeira regra.

Mas, nos primeiros sobrevoos, a equipe do Ibama já flagrou o desrespeito à lei ambiental. Em terras de fazendas, a fumaça chama a atenção. De cima, é possível ver a extensão da área que o fogo consumiu perto dos morros. Para o Ibama, as queimadas podem ter sido provocadas para renovar a pastagem.

Em outra área, mais um flagrante foi feito pela equipe. Desta vez, toras de madeira avermelhada foram avistadas em terras indígenas, na região da Aldeia Barro Preto, onde vivem cerca de 30 índios da etnia kadiweu. A extração é de aroeira, madeira de alto valo no mercado e que não tem autorização do Ibama.

Fernando Marques, chefe de coordenação técnica local da Funai, explica que a madeira só poderia ser retirada sem autorização se fosse em pequenas quantidades e apenas para uso dentro da aldeia.

O instituto suspeita que a exploração de madeira seja antiga e a preocupação é que a dificuldade para chegar a essas áreas e fazer a fiscalização pode causar, a longo prazo, um dano ambiental difícil de reparar.