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Sidrolandia

Índio terena e descendente asiática vão celebrar "casamento dos povos"

Resolveram iniciar um namoro que se transformou numa ardente paixão.

Danielle Martins / Região News

11 de Novembro de 2016 - 07:53

Uma união matrimonial a ser realizada ainda neste mês de novembro em Sidrolândia, chama atenção por vários aspectos; principalmente o cultural. A psicóloga Patrícia Baba, vai oficializar sua união estável com Lino Sol Reginaldo, índio da etnia terena da aldeia Água Azul, pertencente a Dois Irmãos do Buriti. Eles se conheceram há pouco mais de 1 ano. “Foi amor à primeira vista”, ele conta. Resolveram iniciar um namoro que se transformou numa ardente paixão.

Foto: Reprodução / Faceboook

Índio terena e descendente asiática vão celebrar "casamento dos povos"

Patrícia é de uma família tradicional, tendo em suas raízes o histórico dos avós, considerados desbravadores da cidade na década de 50. Descendente de orientais nasceu em Sidrolândia, viveu a infância e parte da adolescência fora e retornou a cidade quando já tinha 15 anos. Lino (nome bíblico) passou boa parte de sua vida vivendo nas comunidades indígenas, principalmente na aldeia onde nasceu.

Foto: Reprodução / Facebook

Índio terena e descendente asiática vão celebrar "casamento dos povos"

Ele conta que conheceu o amor de sua vida durante uma reunião política, acanhado, contou com a ajuda de uma prima que desfrutava de certa amizade com Patrícia. Foi ela quem cumpriu a missão de “pombo correio”. A história deste casal chama atenção por suas peculiaridades transpostas pelo amor. Suas marcas culturais, sociais não foram empecilhos para que ambos pudessem se apaixonar.

Preconceito

O casal conta que nem tudo foi um mar de rosas. Por conta desse conflito cultural, houve certo preconceito da sociedade. E não só entre as pessoas do convício social, dentro da própria aldeia tiveram de enfrentar as críticas. “Os indígenas seguem sua cultura. Uma mulher “branca” entrando na família é algo praticamente inaceitável”, revela Patrícia.

Ela conta que atualmente é tranquilo o convívio com os patrícios do noivo, “aos poucos fui mostrando que não era minha intenção tira-lo da Aldeia”, explica. Outro grande desafio foi entender a cultura dos povos indígenas. “Eu conhecia bem pouco sobre a cultura terena. Hoje participo ativamente das suas tradições tendo inclusive sido chamada para ser jurada no concurso de Miss e Mister Indígena”.

Os opostos se atraem

Ambos passaram por um profundo processo de adaptação, e aos poucos, aprenderam a compreender seus próprios limites. “Literalmente os opostos se atraem”, brinca Patrícia que vê em Lino uma pessoa calma, tranquila, serena e extremamente paciente, bem o oposto de sua personalidade.

Foto: Reprodução / Facebook

Índio terena e descendente asiática vão celebrar "casamento dos povos"

Hoje noivos e prestes a oficializar perante aos amigos e familiares esta união, Patrícia e Lino, revelam que o segredo é o diálogo. A noiva não quis contar muito sobre a cerimônia, pra não estragar a surpresa, mas adiantou que será bem diferente e criativa. Assista a entrevista e conheça um pouco mais desta história.