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Sidrolandia

Ministro do STF autoriza 3º inquérito contra Delcídio

Teori atendeu ao pedido da Procuradoria Geral da República. Não há detalhes do caso, mas teria ligação com os desdobramentos das investigações após a prisão do petista

FOLHAPRESS

03 de Dezembro de 2015 - 07:27

Relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Teori Zavascki autorizou nesta quarta-feira (2) a abertura do terceiro inquérito para investigar a suposta ligação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) com o esquema de corrupção da Petrobras.

O petista está preso há uma semana na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, sob a acusação de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.

Teori atendeu ao pedido da Procuradoria Geral da República. Não há detalhes do caso, mas teria ligação com os desdobramentos das investigações após a prisão do petista. O processo foi enviado para a Polícia Federal.

Nesta semana, o ministro também autorizou a abertura de um inquérito para investigar Delcídio, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) no âmbito da Lava Jato.

As novas linhas de investigação envolvendo os congressistas foram motivadas por um processo mantido no sistema oculto do Supremo, procedimento que tem sido adotado para a tramitação de delações premiadas que estão em sigilo. Os quatro parlamentares negam ligação com os desvios da Petrobras.

Uma das delações que citam os três senadores é do lobista Fernando Soares, o Baiano. O delator -que foi um dos citar anteriormente o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como outro beneficiário- disse que Delcídio recebeu US$ 1 milhão ou US$ 1,5 milhão, dinheiro fruto de propinas pagas com recursos desviados da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Baiano disse que Delcídio recebeu o dinheiro para pagar a sua campanha nas eleições para o governo de Mato Grosso do Sul, em 2006.

Ainda de acordo com Baiano, Delcídio recebeu propina por ter endossado a indicação de Nestor Cerveró -este já condenado na Lava Jato- para a direção internacional da Petrobras.

Além de Delcídio, Fernando Baiano mencionou que Renan Calheiros, o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau -indicado na época pelo PMDB- também foram beneficiários do esquema de corrupção. Ele teria apontado que US$ 4 milhões foram desviados de um contrato de navios-sonda para pagamentos que chegaram posteriormente a US$ 6 milhões. O delator comentou que as operações foram completadas pelo lobista paraense Jorge Luz, entre 2006 e 2008.

A expectativa é de que o Ministério Público Federal ofereça na próxima semana denúncia ao Supremo contra Delcídio, o banqueiro André Esteves e mais duas pessoas que são acusados de participar de uma trama para comprar a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que não fossem citados.