Sidrolandia
Moro manda soltar ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, preso na Lava Jato
Fiança foi estipulada em R$ 1 milhão e, depois, reduzida para R$ 200 mil. Ferreira foi preso em junho de 2016 e está detido em Tremembé.
G1
02 de Fevereiro de 2017 - 14:53
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, autorizou nesta quinta-feira (2) a soltura do ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Paulo Ferreira.
Preso em junho de 2016, ele é réu no processo que apura irregularidades nas obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, no Rio de Janeiro. A denúncia cita os crimes de lavagem de dinheiro e corrupção.
A fiança, inicialmente, foi estipulada em R$ 1 milhão. Porém, após pedidos de reconsideração feitos pela defesa, o valor foi reduzido para R$ 200 mil pela juíza Gabriela Hardt.
Mesmo com a redução do valor da fiança, foi alegado que Ferrreira estava com dificuldades financeiras para pagar os R$ 200 mil. Ele ainda não pagou valor total da fiança. Moro deu o prazo de 45 dias para que se deposite os R$ 24.988 restantes.
Moro destacou que o argumento da defesa de dificuldades financeiras é discutível. "Ele mesmo admitiu ter recebido valores vultosos", diz o termo de audiência.
Segundo o documento, Ferreira já fez o pagamento de R$ 158.770,55, mais R$ 6.241,45, além de ofertar um carro ano 2012/2013.
Ferreira foi detido durante a Operação Custo Brasil, derivada da Lava Jato, e permaneceu na cadeia após Moro determinar uma nova prisão, na 31ª fase da Lava Jato
De acordo com o advogado Elias Mattar Assad, um dos defensores do ex-tesoureiro, a ordem de soltura deverá ser cumpridas nas próximas horas. Ferreira está detido no presídio de Tremembé (SP).
Irregularidades
As obras do Cenpes foram o foco da 31ª fase da Operação Lava Jato, desencadeada em julho do ano passado. Conforme o Ministério Público Federal (MPF), o Consórcio Novo Cenpes pagou R$ 20 milhões em propina para conseguir o contrato para execução das obras do Centro de Pesquisa de Petrobras.
A irregularidade, segundo o MPF, ocorreu entre 2007 e 2012. A força-tarefa da Lava Jato afirma que o dinheiro foi repassado para funcionários do alto escalão da Petrobras e representantes do PT.
O ex-tesoureiro também é réu em outro processo na Justiça Federal de São Paulo, pela Operação Custo Brasil.