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Sidrolandia

MPE vai apurar denúncia de que mirins sofreram retaliações após protesto

No dia 3 de julho, o prefeito Alcides Bernal recebeu uma comissão dos manifestantes e prometeu manter os docentes no cargo.

Campo Grande News

11 de Setembro de 2013 - 15:53

O MPE (Ministério Público Estadual) vai apurar as denúncias de que alunos e professores do Instituto Mirim, que participaram de protesto contra em julho, são alvos de perseguição, humilhações e retaliações. O mesmo caso, publicado hoje pelo Campo Grande News, foi comunicado à Ouvidoria do órgão por meio de denúncia anônima.

A investigação será conduzida pelo promotor de Defesa da Infância e Juventude, Sérgio Harfouche. De acordo com a assessoria, ele deve instaurar o procedimento amanhã, quando volta de viagem.

O caso causa polêmica desde julho, quando 50 mirins foram realizar um protesto em frente ao Paço Municipal. De acordo com ex-professores da instituição, que pediram anonimato temendo represálias, os estudantes não estão sendo encaminhados para o mercado de trabalho como forma de “castigo”. Uma aluna, conforme a professora, chegou a ficar trancada por horas em uma sala até deletar todos os colegas que participaram do protesto contra o prefeito Alcides Bernal.

Os alunos relataram que são humilhados por uma professora. “Ela diz: vocês são pobres, pobres, tem que fazer o que gente manda”, revelou a denunciante. “Os alunos me contaram ainda que ela diz que o mirim não precisa aprender muita coisa para limpar geladeira e recolher lixo dos banheiros. Isso é um absurdo”, avaliou a pós-graduada em Comunicação Empresarial.

No dia 3 de julho, o prefeito Alcides Bernal recebeu uma comissão dos manifestantes e prometeu manter os docentes no cargo. No entanto, dos 11 professores, nove foram demitidos no retorno das férias.

Além de se adaptar com o novo quadro de educadores, os líderes do protesto passaram a ser alvos de perseguição. Conforme as duas ex-professoras, uma delas, inclusive, já empregada, os jovens as procuram para desabafar e relatar o drama.

“Fiquei chocada com o caso de uma menina que a coordenadora deixou uma hora trancada em uma sala para refrescar a memória e delatar lista dos colegas que participaram do protesto”, contou a professora, formada em Ciências Sociais.