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Sidrolandia

Murilo propõe que governo compre terras para assentar índios

Candidato ao Senado do DEM defende política agrária indígena nos moldes dos trabalhadores rurais sem-terra

Tv Morena

25 de Agosto de 2010 - 09:47

O candidato ao Senado Murilo Zauith (DEM) defendeu, em entrevista ao Bom Dia MS, uma política agrária específica para as comunidades indígenas nos mesmos moldes adotados pela reforma agrária voltada ao assentamento de trabalhadores rurais sem-terra. Murilo Zauith é o terceiro candidato a participar de rodada de entrevistas no Bom Dia MS. Nesta quinta-feira será entrevistado Waldemir Moka (PMDB) e, na sexta-feira, Delcídio Amaral (PT).

Segundo Murilo, com o crescimento da população indígena o governo deve desapropriar e comprar terras para acabar com os acampamentos de índios às margens de rodovias e, principalmente, devolver tranquilidade aos proprietários que são alvos de invasões.

A seu ver, o conflito entre índios e fazendeiros tem origem no crescimento da população indígena e não na ocupação de terras supostamente pertencente aos seus antepassados. “Tem muitos fazendeiros querendo vender terras para a reforma agrária e assentamento de índios”, diz. O critério hoje de demarcação leva em conta estudos antropológicos.

“Essa discussão não pode ser ideológica”, diz, sugerindo que a experiência dos sem-terra deve ser aproveitada para formular uma 'política agrária indígena' e assim resolver o impasse criado com a demarcação de áreas em fazendas tituladas.

Reforma tributária e incentivos

Murilo Zauith também falou sobre suas posições em relação aos incentivos fiscais, vigilância sanitária na fronteira e desconcentração das receitas públicas. Zauith disse que decidiu concorrer ao Senado depois de pesquisas indicarem que essa é uma aspiração do Cone-Sul do Estado, que nunca teve um senador.

Defende, caso seja eleito, a retomada da discussão sobre a reforma tributária e o Código Florestal, lembrando que ainda não tem uma posição definitiva sobre a questão. “Tenho comigo que há duas questões prioritárias – o Código Florestal e a Reforma
Tributária”.

Sobre recursos públicos, Zauith considera que há uma excessiva concentração das receitas. Ele lembra que a Constituição de 1988 estabeleceu a divisão dos impostos, mas o governo federal criou ao longo do tempo contribuições e outras formas de receita que não se enquadravam como tributo, favorecendo o quadro de penúria que vivem hoje os municípios, obrigando prefeitos a irem a Brasília de pires na mão e andar pelos corredores do Congresso atrás de emendas e liberação de verbas federais para obras básicas, como creche e posto de saúde. “A União concentra dois terços da receita de impostos”.

O candidato a senador da coligação Amor, Trabalho e Fé é a favor da manutenção da Zona de Vigilância na região de fronteira, reconhecendo que os produtores sofrem muito com a medida, mas 'é seguro, dá segurança aos exportadores, não podemos perder esse selo', diz Murilo Zauith, que também defende a atuação das Forças Armadas na fronteira para combater o tráfico de drogas e o contrabando de armas, ao lado de políticas de integração das comunidades fronteiriças.