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Sidrolandia

Pecuarista de MS analisa a qualidade da carne do rebanho por ultrassonografia

A gordura do animal verificada pela ultrassonografia, junto a outras ferramentas, indicam inclusive o momento ideal para o abate

Assessoria

11 de Novembro de 2014 - 13:57

A espessura da gordura na picanha, a qualidade da carne, tamanho corporal e o desempenho do animal são algumas dos resultados que se pode verificar por meio da ultrassonografia aplicada ao gado de raça Senepol, em Camapuã (MS). Com esta ferramenta o produtor rural também analisa o potencial genético do seu rebanho e consegue replicar os melhores resultados, garantindo um plantel superior e a produção de carnes nobres com alta qualidade ao consumidor final.

Entre as justificativas para o uso da ultrassonografia na prática da pecuária, o produtor rural, Adilson Reich, que há 10 anos se dedica à criação da raça senepol, cita a exigência do consumidor por carne de qualidade e a evolução no processo de seleção genética do rebanho. “Junto aos estudos de genética, a ultrassom contribui na identificação de animais rentáveis. Conseguimos selecionar os animais que chegam precocemente à puberdade, tornando-se reprodutores mais jovens e com qualidade garantida”, afirma Reich.

Segundo a doutora em melhoramento genético e qualidade de carne, Marina Bonin, a gordura do animal verificada pela ultrassonografia, junto a outras ferramentas, indicam inclusive o momento ideal para o abate. “Em uma análise da distribuição da gordura do animal, podemos verificar que quanto mais cedo depositada esta gordura, mais cedo o animal está pronto para ser encaminhado aos frigoríficos”, destaca Marina, responsável pela classificação do plantel no Criatório Senepol Luar. “Aos quinze meses o animal já passa por uma avaliação, podendo ser caracterizado como elite, superior, regular ou inferior. O título vai depender da soma de características”, enfatiza.

Ainda segundo Marina uma das principais vantagens da utilização da ultrassonografia no rebanho, é poder verificar o rendimento do animal que estimulará a lucratividade do produtor rural. ”Após o abate do animal todo o conteúdo gastrintestinal e de vísceras é retirado, ficando na carcaça somente músculos, osso e gordura, e estes é que serão pesados na balança do frigorífico e darão as arrobas pagas ao produtor”, detalha. ”Desta maneira, um animal com maior quantidade de músculos e adequada quantidade de gordura na carcaça, pesará mais e, consequentemente, dará mais retorno ao produtor. Sendo assim, ao escolher um reprodutor com características superiores, estaremos escolhendo um animal com maiores chances de gerar progênies com melhores carcaças”.

De acordo com a empresa Bon in Beef pode-se relacionar as médias de ultrassom com rendimento de cortes nobres, como cortes do traseiro, quantidade de gordura subcutânea e intramuscular, conhecida como marmoreio, características com grande influência na qualidade da carne. Quanto aos programas de melhoramento genético a ultrassonografia normalmente é utilizada para avaliação de machos para a verificação das Diferenças Esperadas na Progênie (DEP) e classificação de touros, matrizes e produtores. No entanto, alguns rebanhos já realizam estas avaliações também nas fêmeas, procurando mapear o potencial genético de suas matrizes para produção de carcaças de qualidade.

“Estamos dando um passo muito grande ao incluir as informações de carcaça no rebanho aliada com as avaliações genéticas e acompanhamento reprodutivo, contribuindo assim cada vez mais para a melhoria da confiança em nossos produtos”, finaliza a pesquisadora, Marina Bonin.