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Sidrolandia

Pesquisa aponta que areia da região norte de MS tem potencial industrial

Estudo aponta que produto é indicado para a fabricação de vidro, argamassa, pisos cerâmicos e esmaltados

Daniel Pedra

06 de Novembro de 2014 - 10:37

O LabSenai Cerâmica, do Senai de Rio Verde, divulgou, nesta semana, o resultado do estudo inédito realizado para identificar a qualidade da areia (quartzo) encontrada nos municípios da região norte de Mato Grosso do Sul - Sonora, Pedro Gomes, Alcinópolis, Costa Rica, Coxim, Rio Negro, Rio Verde e Corguinho -, que apontou alto potencial industrial para a fabricação de vidros, argamassa para a construção civil, moldes para fundição de metais, pisos cerâmicos e esmaltados. “Com o resultado, foi possível avaliar que a região possui um grande potencial para a implantação desses produtos, principalmente, nas cidades de Coxim e Rio Verde, que apresentaram melhor qualidade na areia”, acrescentou o gerente do Senai de Rio Verde, Valter Costa.

O estudo, que teve início em agosto de 2012 e finalizado em outubro deste ano, foi realizado com recursos do CNPq foi desenvolvido em parceria com a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e recebeu o título de Projeto de Desenvolvimento de Tecnologia de Processamento e Uso Sustentável de Areias Industriais do Estado de Mato Grosso do Sul, coordenado pelo professor Antônio Pedro Novaes de Oliveira. “As amostras de areia de quartzo coletadas na região foram enviadas para os nossos laboratórios e caracterizadas pelo ponto de vista de granulometria e composição química. A partir dessas análises ficou constatado que as areias tinham potencial para diversas aplicações industriais”, reforçou o professor.

Ele acrescenta que o resultado pode servir como base para um plano de negócios que vai contribuir para a atração de novas indústrias interessadas em explorar a areia nativa da região norte do Estado. “É necessários adotar políticas para atrair investimentos e empresas para a região”, comentou. Na avaliação do 1º vice-presidente regional da Fiems, Luiz Cláudio Sabedotti Fornari, que é também vice-presidente do Sindicer/MS, o estudo credencia a região a receber indústrias, tanto na fabricação de esmaltes cerâmicos, como na produção de vidro. “A região se beneficia pelo fato de possuir matéria prima não contaminada e em grande volume, além de outros pontos positivos como o transporte e a nova matriz energética de biogás”, pontuou.

Banco de dados

O estudo é o primeiro passo para a criação de um banco de dados para fortalecer o desenvolvimento da região, contribuindo na atração de indústrias interessadas em explorar a areia nativa do Estado. A coleta foi mais uma ação do Senai de Rio Verde em prol do desenvolvimento de tecnologia de processamento e uso sustentável das areias industriais de Mato Grosso do Sul.

O projeto leva à região norte um pensamento inovador, ainda não disseminado, sobre os setores minerais, de massas e esmaltes cerâmicos vidros e construção civil. O objetivo com a pesquisa é fazer uma prospecção e extração de areias para posterior análise granulométrica (verificação dos tamanhos do grão da areia) dos depósitos de areia industrial das formações geológicas denominadas de Ponta Grossa, Aquidauana e Botucatu, todas encontradas na região norte do Estado.As coletas realizadas nos municípios da região norte do Estado consistiram na perfuração de 100 furos, sendo 5 furos em cada formação geológica, para a extração das areias. Concluída essa etapa, foram iniciados os ensaios granulométricos e, após a finalização deles, teve início a elaboração dos relatórios com profundidade dos furos, latitude e longitude do local da perfuração, sendo que tudo foi enviado à UFSC.

O banco de dados ficará à disposição das indústrias de todo o País, servindo para indicar os usos apropriados para as propriedades apresentadas e, assim, evitar desperdícios com a utilização da matéria prima com alta qualidade para fins de baixo valor agregado. Hoje, a areia encontrada na região norte do Estado é utilizada apenas pela construção civil como mistura para o cimento e, com esse estudo de qualidade, agora é possível indicar a areia da região para a fabricação de vidro, de cimento ou como esmalte cerâmico.