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Sidrolandia

Pesquisa do IBGE analisa frequência escolar em creches

Os índices ainda revelam que, mesmo mais escolarizadas, as mulheres ainda recebem, em média, apenas 68% do que ganham os homens

Correio do Estado

01 de Novembro de 2014 - 07:08

De acordo com o estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta sexta-feira (31), o nível de ocupação das mulheres tem relação direta com a frequência de seus filhos a creches no País.

Os dados demonstram que, com base em dados do Censo 2010, das mulheres que tinham filhos de até três anos em creche, 64% tinham emprego. Entre as mulheres com filhos que não frequentavam creche, o percentual era de 41,2%.

Os índices ainda revelam que, mesmo mais escolarizadas, as mulheres ainda recebem, em média, apenas 68% do que ganham os homens. Para a professora de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF) Hildete Melo, as creches são fundamentais para que as mulheres busquem a igualdade de condições com os homens no mercado de trabalho.

“Nós estamos ainda engatinhando nas creches. A gente tem uma cobertura só de 23% das crianças de zero a 3 anos. Essas estatísticas de gênero do IBGE mostram que é vital essa questão para que homens e mulheres vivam mais felizes na sociedade”, disse Hildete.

Panorama nacional

A pesquisa do IBGE também revela que as mulheres buscam carreiras universitárias que têm a menor média de rendimento: educação e humanidades/artes. Essas carreiras têm proporções de mulheres, respectivamente, de 83% e 74,2% entre o total de formados.

Segundo Hildete, por influência da sociedade, as mulheres tendem a buscar essas carreiras. “Nós somos educadas para ser cuidadoras. E isso permanece como uma marca pesada quando você olha os dados de rendimento.”

Incentivo

A subsecretária de Articulação Institucional da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Vera Lúcia Soares, diz que o governo tem buscado incentivar as mulheres a buscar carreiras que propiciem rendas mais elevadas.

“Há um programa de incentivo para as mulheres fazerem carreiras científicas, técnicas, tecnológicas. Elas estão muito concentradas em áreas como pedagogia. O IBGE está mostrando que essas são as áreas onde o salário é menor”, disse.

De acordo com a subsecretária, a pesquisa do IBGE, que também traz dados municipais sobre a situação da mulher no mercado de trabalho e educação, será importante para gestores locais programarem suas políticas de governo.