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Sidrolandia

Policial que matou um e feriu quatro no Ano Novo é expulso da PM

A confusão aconteceu na madrugada do dia 1º de janeiro de 2012, no bairro Pioneiros

Campo Grande News

30 de Outubro de 2014 - 16:01

Quase três anos depois de se envolver em confusão na qual matou uma pessoa e feriu quatro, na noite de Ano Novo de 2012, Samuel Araújo de Lima, 36 anos, foi excluído hoje da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. A portaria determinando a expulsão, assinada pelo comandante da corporação, coronel Walter Godoy Rojas, está na edição desta quinta-feira do Diário Oficial do Estado e informa que a medida foi tomada “a bem da disciplina”.

Samuel Araújo de Lima estava lotado no 9º Batalhão de Campo Grande, localizado na Rua Dom Aquino. O processo criminal contra ele e mais quatro réus ainda corre na Justiça.

A confusão aconteceu na madrugada do dia 1º de janeiro de 2012, no bairro Pioneiros. Segundo os relatos à época, Samuel e a irmã, Sueli Araújo de Lima, que é policial civil, entraram atirando em uma residência, baleando quatro pessoas, entre elas uma criança de 10 anos, e matando um homem. Depois do crime, o ex-PM justificou que foi legítima defesa. Na Justiça, chegou a alegar insanidade mental, o que foi rejeitado.

Versão do ex-policial - Segundo a versão apresentada pela defesa de Samuel depois do episódio, naquela madrugada o ex-policial estava indo para a casa da noiva, na rua Padre Damião,  e ao reduzir a velocidade de seu veículo, um Fox de cor prata, foi cercado por um grupo de pessoas que começaram a bater com paus e tijolos no capô do veículo.

Assustado, segundo essa versão, saiu do veículo e foi agredido com um pedaço de madeira por outro grupo de jovens. Todos os agressores, de acordo com testemunhas, eram da mesma família.

O grupo havia saído de uma casa onde ocorreu uma festa. Samuel acionou a irmã policial por telefone e ela, segundo contou, fez disparos para cima na rua. Na sequência, Samuel foi até a casa, onde foi recebido, conforme disse, com agressões e disparos de arma de fogo. Samuel disse que o pedreiro Wilson Meaurio fez menção de atirar contra ele e a irmã e por isso pegou a arma dela e fez os disparos.

Segundo a versão da acusação, porém, o policial entrou atirando na casa, com a irmã da irmã. O tumulto, conforme as testemunhas da família, começou após Samuel quase atropelar o grupo e ofender as pessoas afirmando que, por ser policial, “podia tudo”.

Na confusão, Wilson Meaurio, de 41 anos, foi morto, a ex-mulher dele, Ionar Marília Monteiro Pereira, 37 anos, foi baleada, além de dois adolescentes, de 15 e 16 anos, e de uma criança de 10 anos.

Os dois irmãos são réus por homicídio qualificado. No mesmo processo, são apontados como vítimas de dois envolvidos na confusão, Márcio Pereira Soares e Mailson Pereira Meaurio. O advogado de Samuel, Ronaldo Franco, disse que vai avaliar a decisão que expulsou Samuel para decidir o que fazer.