Sidrolandia
Prefeitura atende assentados e a partir de segunda-feira volta a custear transporte da produção
partir de segunda-feira a prefeitura vai retomar o custeio do transporte da produção de verduras e legumes comercializada em Campo Grande
Flávio Paes /Região News
21 de Fevereiro de 2014 - 08:19
O prefeito Ari Basso vai atender uma das principais reivindicações dos assentados que nas últimas duas semanas se mobilizaram para cobrar o restabelecimento das políticas de fomento da agricultura familiar. A partir de segunda-feira a prefeitura vai retomar o custeio do transporte da produção de verduras e legumes comercializada em Campo Grande, interrompido em 2013.
Só com óleo diesel e o salário do motorista do caminhão haverá um custo mensal de R$ 24 mil. A despesa é alta porque o veículo trafega diariamente mais de 300 quilômetros, percorrendo longas distâncias até as áreas de coleta na zona rural, além do trajeto de ida e volta até o Ceasa na Capital.
Outra medida complementar será o repasse de R$ 10 mil para a uma associação da agricultura familiar ligada à FAF regularizar a documentação do veículo (R$ 3.400,00) e pagar o conserto do caminhão 3/4 doado pela Fundação Banco do Brasil para o transporte da produção dos assentados que receberam os kits do PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável).
Segundo o vereador Waldemar Acosta, líder do Governo na Câmara, já está formatado e será enviado ao Legislativo na segunda-feira para apreciação dos vereadores, o projeto de autorização para o Executivo repassar em parcela única esta verba.
A responsabilidade pela manutenção deste caminhão será das associações dos assentados, informa o secretário de Desenvolvimento Rural, Cezar Queiroz. Juridicamente, explica Cezinha, o município não teria condições de pagar o combustível de veículo que não está incorporado ao patrimônio do município.
Depois das medidas que precisou tomar em 2013, o prefeito resolveu adotar esta medida de apoio a agricultura familiar, informa o secretário. Segundo ele, mesmo com o transporte custeado pelos assentados, ano passado em torno de 1.600 toneladas de produção foram transportadas pelos dois caminhões. Com certeza teremos brevemente que dispor de outro veículo para atender a demanda de produção, acredita.
Foto: Marcos Tomé/Região News
O anúncio de que a Prefeitura voltará a custear o transporte da produção foi comemorada por algumas das lideranças dos assentados que vieram cobrar esta medida. É um primeiro passo para aumentar a produção, acredita a assentada Núbia Colon, do Alambari Fetagri.
Segundo ela, desde que os assentados tiveram de assumir as despesas com o combustível do caminhão, muitos dos seus vizinhos desistiram de manter suas hortas. Dos oito que participavam do grupo, só dois continuam, eu e o Fábio, que tem mais condições, investiu em irrigação e chegava a levar 70 caixas por viagem, informa. Atualmente ela está sem produção para vender e no momento se dedica ao plantio de berinjela, jiló e pimentão.
Para Fábio José Augusto, o Fábio mencionado por dona Rúbia, o anúncio de que a Prefeitura voltará a custear o escoamento, representará uma economia semanal de R$ 300,00 com as quatro viagens para levar sua produção até ao Ceasa e a uma quitanda da qual é fornecedor. Como o caminhão da Prefeitura nem sempre estava disponível, ele optou por usar uma caminhonete.
Com uma horta de 3 hectares irrigados, chegou a entregar 200 caixas de verduras por semana, garantindo um faturamento quinzenal de R$ 3.500,00. Atualmente só entrega cheiro verde, que lhe rende o suficiente para pagar os R$ 500,00 da conta de energia elétrica, revela. Pretende retomar a produção em grande escala depois de comprar a cama de frango (ao custo de R$ 100,00 a tonelada).
A terra é fraca, se não colocar este adubo não dá boa produção, explica. Ele reclama da falta de assistência técnica (embora o INCRA tenha contratado uma empresa para cumprir esta tarefa) e do preço cobrado pela associação que administra a patrulha mecanizada cedida pelo Governo. Eles cobram R$ 100,00 por hora de gradeação da terra, preço mais caro que o cobrado por outras associações, que pedem R$ 65,00, reclama.