Sidrolandia
Proprietário da fazenda 3R pode pedir reintegração de posse hoje
De acordo com a assessoria, os policiais só devem ser acionados após o pedido de reintegração de posse ou em caso de conflitos
Flávio Paes/ Região News
12 de Maio de 2011 - 11:00
Sem resolução, os cerca de mil índios terenas continuam acampados na Fazenda 3R, na região de Sidrolândia. De acordo com o proprietário rural da área invadida, Roberto Bacha, a situação continua a mesma no local, sem confrontos, mas também sem avanços na negociação.
Ele está reunido com seu advogado para definir quais providências serão tomadas. O proprietário pode entrar com o pedido de reintegração de posse ainda nesta tarde. A Polícia Federal informou que aguarda ordens da Justiça Federal para tomar qualquer providência e que ainda não esteve na fazenda.
De acordo com a assessoria, os policiais só devem ser acionados após o pedido de reintegração de posse ou em caso de conflitos. A Polícia Militar também não deve ir até o local antes de ser acionada. Os indígenas invadiram a propriedade na noite de terça-feira (10) para reivindicar que o processo de demarcação de aproximadamente 17 mil hectares, distribuídos em três fazendas na região, seja acelerado.
Os terenas dizem não suportar mais a espera pela demarcação, vivendo em uma área homologada de aproximadamente 2 mil hectares em Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti. Os indígenas são das aldeias Córrego do Meio, Lagoinha e Buriti. No local, os indígenas afirmam que se os brancos não cumprirem a lei, eles vão fazer do jeito deles.
Produtores rurais da região dizem que os indígenas ameaçaram invadir mais fazendas até sexta-feira se não houver a demarcação das terras. Os índios da aldeia Buriti estão armados com facões, foices e armas artesanais. Eles também têm binóculos para vigiar a estrada que dá acesso a fazenda.
A luta pela demarcação da área como território indígena já dura várias décadas. Todas as etapas desse processo foram favoráveis aos terenas, mas a briga judicial impede a homologação. Em 2009, os índios chegaram a ir a São Paulo cobrar providência da Justiça Federal, mas os processos continuam emperrados.
Na terça-feira os indígenas fizeram reféns o coordenador regional da Funai/MS (Fundação Nacional do Índio), Edson Fagundes e o chefe de Meio Ambiente da Fundação, Ricardo Araújo, mas os liberaram na mesma noite.