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Sidrolandia

Protesto da CUT congestiona trânsito em avenida de Campo Grande

Ato liderado pela central reuniu pelo menos 100 pessoas na capital. Motoristas ficaram irritados com engarrafamento em avenida.

G1 MS

06 de Agosto de 2013 - 14:29

Pelo menos 100 integrantes, segundo a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), da Central Única de Trabalhadores em Mato Grosso do Sul (CUT-MS) protestaram nesta terça (6), em Campo Grande, contra projeto de lei que tramita na Câmara Federal. A matéria prevê a regulamentação de serviços terceirizados em “atividades fim”.

O ato, que começou às 9h (de MS) e durou cerca de duas horas, foi realizado em frente à sede da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), que fica na avenida Afonso Pena, uma das principais vias da cidade. Os manifestantes fecharam os cruzamentos no local por cerca de dez minutos, o que provocou congestionamento e irritação dos motoristas. Policiais militares estiveram no local para monitorar a situação.

 “Tenho médico agora e não tenho tempo para ficar parada. Sou contra a terceirização, sou trabalhadora também, mas a estratégia de mobilização deles está errada”, disse a motorista Simone Menezes.

Durante o tempo em que o tráfego esteve parado por conta do ato, motoristas e motociclistas buzinaram em protesto. Alguns optaram por subir no canteiro central da via para escapar da fila. Outro condutor chegou a avançar em direção aos manifestantes.

O presidente da CUT-MS, Genilson Duarte, explicou ao G1 eu o protesto é pacífico. Segundo ele, o ato ocorre em todo país e em Campo Grande foi realizado em frente a Fiems porque a entidade apoia a aprovação do projeto de lei.

Caso a tramitação do projeto avance na Câmara, Duarte diz que uma greve pode ser iniciada. “Se tiver que chamar uma greve geral, os trabalhadores vão parar”, afirma, acrescentando que a proposta pode prejudicar cerca de 300 mil trabalhadores no estado.

A presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região (SEEB-CG), Iaci de Azamor Torres, acredita que o projeto é controverso por conta da amplitude das “atividades fim”. Segundo a entidade, nos bancos, por exemplo, seguranças e trabalhadores podem ser de empresas terceirizadas, mas o bancário não, o que o projeto de lei pode regulamentar.

Outra questão contestada por Iaci é que a proposta pode ampliar os serviços dos correspondentes bancários, o que, de acordo com ela, é prejudicial aos trabalhadores de bancos. “Nossa jornada é de 6h do terceiro é no mínimo 8h, pois eles trabalham em regime de escravidão”, afirma.

“A convenção dos bancários tem 21 anos e isso pode ser rasgado”, disse em referência aos direitos conquistados pela categoria. A presidente do sindicato explica que o avanço dos correspondentes bancários é irregular, pois estabelecimentos são abertos sem justificativa ao lado de bancos.

Defesa

A Fiems, por meio da assessoria, afirma que a regulamentação da terceirização é “essencial à competitividade das empresas e à proteção do trabalhador“ e que o setor industrial não pode sobreviver sem a terceirização de diversos segmentos.

“A falta de regulamentação da terceirização, largamente praticada no país, é um dos grandes problemas das empresas, por gerar enorme insegurança jurídica.  São constantes as ações na Justiça Trabalhista envolvendo a terceirização”, diz um trecho da nota.

Ainda conforme a federação, o projeto de lei, que tramita na Câmara desde 2004, pode resolver o problema. O texto deve ser votado na próxima semana pela Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara.