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Sidrolandia

Pulseiras do sexo são vendidas livremente em Dourados

Apesar de proibido o uso nas escolas, comércio corre solto nas bancas, camelôs e lojas do centro.

Dourados Agora

12 de Abril de 2010 - 07:08

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Juiz da infância aguarda ação do MP para tomar decisão.

Apesar de proibido o uso nas escolas, as pulseiras do sexo são vendidas livremente no comércio de Dourados. Em várias cidades do Brasil, este tipo de comércio foi proibido a menores de 18 anos.
Em Dourados o juiz substituto da Infância e Adolescência, Eduardo Rocha, aguarda uma manifestação do Ministério Público para proibir ou liberar a prática. "Somente depois da manifestação do Ministério Público sobre possíveis riscos a sociedade é que podemos tomar uma providência", disse, observando que até o momento a Promotoria apenas notificou as escolas para que o uso das pulseiras seja barrado.
O PROGRESSO esteve nas ruas de Dourados e constatou que a venda das pulseiras é mais comum do que se imagina. Facilmente encontradas e com valor acessível a qualquer criança, as pulseirinhas viraram "febre" para o público juvenil.
Muitos dos comerciantes desconhecem a real finalidade que está por trás do que seria um inocente acessório. "Eu sempre vendi estas pulseiras. Há cerca de cinco ou seis anos, o uso era frequente entre os adolescentes. Creio que a moda voltou", conta, um vendedor que preferiu não se identificar.
Fato que chama a atenção, segundo o comerciante, é que as novas pulseiras chegam com pequeno corte, que pode ter relação com o jogo sexual na qual as pulseiras estão associadas. Nas bancas, cada pacote, contendo em média seis pulseiras custa R$ 1.
Em Campo Grande, os vereadores aprovaram projeto de lei que proíbe o uso das pulseiras em escolas da Capital. A proposta, que precisa ser aprovada em segunda votação, prevê multas de R$ 2 mil e cassação do alvará de instituições públicas e particulares.
Em Londrina, no Paraná, o juiz da Infância, Ademir Ribeiro Richter, foi mais longe e baixou uma portaria determinando a proibição da venda, o uso, e recomenda que pais e diretores das escolas proíbam que crianças e adolescentes as usem em qualquer ambiente.
O principal argumento do juiz na portaria é o caso em investigação de uma adolescente de 13 anos, estuprada por quatro adolescentes, naquela cidade. Conforme o juiz, ela portava as pulseiras quando um dos adolescentes teria arrebentado os objetos e cobrado a penalidade, que pode ser desde um beijo até relações sexuais.
O juiz definiu que a Prefeitura será responsável por fiscalizar a venda das pulseiras no comércio de Londrina e orientou para que elas não sejam vendidas para menores de 18 anos. Para o juiz há "clamor público que solicita medidas emergentes e urgentes para coibir.". Segundo ele, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determina "que é dever da sociedade prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente".