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Sidrolandia

Tempo seco manda para hospitais e postos 300 crianças por dia na Capital

Midiamax

20 de Julho de 2011 - 16:25

Tempo seco manda para hospitais e postos 300 crianças por dia na Capital

Com a baixa umidade do ar, desde o início de 2011, crianças e adolescentes foram os que mais procuraram atendimento médico na Capital com dificuldades respiratórias.

Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde Pública de Campo Grande (SESAU), de janeiro a maio deste ano, cerca de 108 mil pessoas foram atendidas em postos, hospitais, Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Atendimento, apresentando problemas respiratórios.

Desta soma, 46 mil eram crianças de 0 a 9 anos de idade e 15 mil, dos 10 aos 19 anos.


O restante dos números ficou distribuído entre as faixas de 20 a 29 anos, com 15 mil pessoas, de 30 a 39 anos, dez mil, de 40 a 49 anos, sete mil, e de 50 a 59 com seis mil. Os idosos, mesmo sendo foco de maior preocupação depois das crianças durante o clima seco, foram os que menos procuraram os postos de saúde este ano.

Segundo a SESAU, apenas 9 mil pessoas acima de 60 anos procuraram ajuda médica apresentando problemas respiratórios.


Na última sexta-feira (15) Campo Grande registrou a menor umidade relativa do ar do Brasil ao meio dia, com 28%, na região do aeroporto, segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).


Ainda conforme os dados da SESAU, doenças como bronquite aguda e crônica, pneumonia, gripe influenza, renite, entre outras doenças pulmonares e respiratórias, foram as mais apresentadas na Capital neste período.


Na manhã desta terça-feira (19) a pensionista Etelvina Gonçalves, de 68 anos, precisou levar a neta de dois meses para fazer inalação no Posto de Saúde Tiradentes: “Minha neta já nasceu numa época difícil, por causa da baixa umidade do ar, ela está com muita dificuldade de respirar. A médica daqui nos orientou a fazer inalação nela, senão pode causar uma doença mais grave”, contou a pensionista.


Mesmo com um aparelho de inalação em casa, o mecânico Roberto Matias, de 33 anos precisou levar a filha de três meses para fazer a inalação no Posto: “Faz uma semana que estamos fazendo isso em casa, mas minha menina ainda está com uma tosse carregada, respira mal, por isso achei melhor trazê-la aqui”, relata Roberto.


Mas não são apenas as crianças que aumentam as filas das salas de inalação dos postos de saúde da Capital. De acordo com a técnica de enfermagem, Fernanda Cáceres, esta semana houve um aumento no número de pessoas entre 20 e 40 anos.


A auxiliar de limpeza, Joseane da Silva, de 33 anos, é uma delas.Mesmo sem nunca ter apresentado doenças respiratórias, procurou atendimento médico nesta terça-feira: “Nunca precisei fazer inalação na minha vida, nunca tive doenças desse tipo, mas hoje acordei sem ar, e agora estou aqui respirando essa fumacinha”, relata Joseane, segurando no rosto, a máscara de inalação.

Orientações


Segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) de Mato Grosso do Sul, entre 20 % e 30% de umidade relativa do ar é considero estado de atenção, de 12% a 20%,estado de alerta, e inferior a 12% é alerta máximo. A umidade ideal é acima dos 50%.


O órgão desaconselha atividades ao ar livre e exposição ao sol entre as 10 e 17 horas, especialmente entre as 10 e 16 horas, período do dia em que a umidade do ar fica mais baixa. Orienta-se também para a ingestão de bastante líquido para não haver problemas de desidratação.


Para pessoas com doenças alérgicas, o Ministério da Saúde alerta para não terem em casa tapetes ou cortinas, e se tiver persianas, precisam ser mantidas sempre limpas. Além disso, elas devem ficar distantes de bichinhos de pelúcia e, ao limparem a casa, não devem varrer, mas sim utilizar o aspirador ou pano úmido. Também se deve evitar o cigarro, privilegiar ambientes e é claro, tomar muita água.