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Sidrolandia

Zeolla é condenado a pagar R$ 76 mil à viúva de sobrinho

A pensão alimentícia será descontada da folha de pagamento do procurador

Campo Grande News

20 de Agosto de 2010 - 09:23

O procurador de justiça aposentado Carlos Alberto Zeolla, acusado de matar o sobrinho Cláudio Alexander Joaquim Zeolla, foi condenado a pagar indenização de R$ 76.500 (150 salários mínimos) por danos materiais e morais a Natália Ferreira dos Santos, namorada da vítima.

O juiz da 9ª Vara Cível de Campo Grande, Maurício Petrauski, também determinou o pagamento de pensão no valor de dois terços do rendimento da vítima até que ele completasse 70 anos. Cláudio recebia um salário mínimo e foi morto aos 23 anos.

A pensão alimentícia será descontada da folha de pagamento do procurador. Após o crime, Zeolla foi aposentado com salário de R$ 22 mil.

No processo de indenização, Natália dos Santos apresentou documento, preenchido por Cláudio, em que consta seu nome como beneficiária do seguro de vida, além de fotos e escritura pública de união estável, que foi realizada após o assassinato da vítima.

Para o magistrado, ficou comprovada a convivência duradoura, pública e contínua, adequando-se perfeitamente ao instituto de união estável.

A defesa do procurador alegou a inexistência de união estável e que a relação era um “mero namoro, tanto que a vítima, ao tempo de sua morte, estava se envolvendo com outra pessoa”.

Cláudio Zeolla foi morto no dia 3 de março de 2009, na rua Bahia, em Campo Grande, quando seguia para a academia de ginástica. O procurador mandou Etevaldo Luiz Ferreira Machado, à época adolescente, dirigir seu veículo e seguir o sobrinho pela rua.

O procurador desceu, atirou na nunca do rapaz e fugiu.Zeolla alegou que matou o sobrinho porque o rapaz havia agredido o avô (pai do procurador), um dia antes. No entanto, testemunhas relataram que o idoso não foi agredido, apenas teve uma briga com o neto.

Perícia – O processo pela morte de Cláudio Alexander Joaquim Zeolla tramita na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande. Após a defesa contestar resultado de laudo pericial sobre a sanidade mental do procurador, o juiz Carlos Alberto Garcete determinou uma segunda opinião.

O novo laudo será feito pelo psiquiatra forense Guido Arturo Palomba. Cópia do processo já foi enviada para Palomba, que possui escritório em São Paulo. Palomba tem 30 anos de experiência e realizou mais de 10 mil laudos psiquiátricos.

O primeiro laudo concluiu que o procurador é imputável, ou seja, apesar de apresentar transtorno bipolar, tem consciência sobre o ato criminoso.