Sidrolandia
Prefeitura licita venda de 50 hectares e vai usar dinheiro para aterro sanitário e área indígena
A área colocada à venda fica a 70 quilômetros da área central, quase na divisa com Maracaju.
Flávio Paes/Região News
22 de Setembro de 2014 - 07:40
A Prefeitura de Sidrolândia publicou na última sexta-feira, dia 19, licitação para a venda de 50 hectares remanescentes da Fazenda Dublin, retomados pelo município depois de serem doados em 2001 a um grupo empresarial que não tirou do papel o projeto de instalação de uma usina álcool. As propostas de aquisição poderão ser entregues até às 9 horas do próximo dia 22 e outubro.
A área colocada à venda fica a 70 quilômetros da área central, quase na divisa com Maracaju. Está avaliada em R$ 1 milhão e o dinheiro da venda já tem destinação definida: o pagamento da indenização por 12 hectares na saída para Quebra Coco, desapropriados em abril, onde será implantado o aterro sanitário e R$ 300 mil vão garantir a compra de 3,2 hectares onde devem ser abertos 100 lotes destinados a índios desaldeados, além de famílias residentes em áreas insalubre da Nova Tereré.
O prefeito Ari Basso teve que negociar com a Câmara Municipal o atrelamento de parte dos recursos à compra desta área reivindicada pelos índios para aprovar o projeto que autoriza o Executivo a vender os 50 hectares. No mês passado um grupo de terena chegou a ensaiar a ocupação da área que fica ao lado do Jardim Petrópolis, limpando s terrenos e iniciando a construção de barracos. Recuaram depois que os vereadores encamparam a reivindicação do grupo e pressionaram a Prefeitura para compra da gleba.
Segundo o vereador Sérgio Bolzan o proprietário da área tem interesse na venda que em sua opinião será boa para a cidade, porque vai regularizar a situação de aproximadamente 70 famílias da Nova Tereré. Elas estão morando em barracos, sofrem com alagamentos nestes locais que são de preservação, onde não há como abrir ruas, instalar drenagem.
A área será dividida em lotes de 200 metros quadrados, onde será possível construir um conjunto habitacional, comenta. Além destas casas, está planejada a construção de uma escola de seis salas de aula para abrigar a Escola João Figueiredo, que hoje funciona num prédio adaptado onde deveria funcionar o centro comunitário da Aldeia Tereré.
Em novembro do ano passado a Prefeitura firmou acordo com a Imobiliária Ajurycaba, de Dourados, que doaria 5,2 hectares como compensação urbanística pela abertura de um empreendimento imobiliário com 608 lotes na saída para Quebra Coco.
Urgência
A Prefeitura tem pressa em tomar posse da área onde vai implantar o lixo. Os 12 hectares foram desapropriados no início de abril, mas falta pagar a indenização ao proprietário para serem incorporados ao patrimônio público. O município não está cumprindo o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público que determinava o fechamento do lixão até o final de agosto.
Por conta, disso, terá de pagar multar. Depois da compra da área, o próximo desafio da Prefeitura será viabilizar R$ 1,5 milhão necessários a implantação do aterro.