"Economia de 2 anos", diz vítima do golpe das casas populares em MS

Em três dias, o programador de 25 anos disse ao site que perdeu toda a economia que possuía para comprar a sua primeira casa, em Campo Grande. Além dele, que perdeu R$ 8 mil, outras cinco pessoas repassaram R$ 20 mil ao estelionatário. O estelionatário de 35 anos, que usava nome falso e se passava por agente da Caixa Econômica Federal, já foi identificado e é procurado pela Polícia Civil.

“Um amigo meu de infância ligou e falou das casas, pediu até segredo em um primeiro momento. Eu estava com a compra de um terreno quase fechada, quando ele falou do residencial e passou o meu telefone para uma suposta secretária do golpista. Ela disse que eu entregaria o dinheiro somente no dia do contrato e da entrega das chaves, mas já no outro dia ligou pressionando que era pra passar o valor”, diz a vítima.

Neste tempo, outras pessoas se interessaram na compra da casa. “Eu tive o cuidado de investigar a casa desta mulher e o trabalho. Mas em momento nenhum ela falou que não conhecia o golpista pessoalmente. No dia 13 de janeiro, data de entrega das chaves, todos ficaram lá em frente ao residencial aguardando, mas até as 17 h o homem não apareceu”, comenta a vítima.

Muitos antecedentes

O programador então começou a investigar a vida do suspeito. “As pessoas começaram a desconfiar naquele momento e o homem então disse que devolveria o dinheiro. Ele fez um falso depósito de R$ 28 mil e as vítimas aguardaram por mais um dia achando que recuperariam o dinheiro. Eu procurei rastrear a conta dele e descobri que era do Mato Grosso, onde o golpista tem várias passagens por estelionatos”, garante a vítima.

Após o transtorno, o programador diz que já prestou depoimento na 4ª Delegacia de Polícia e aguarda a elucidação do caso. “Infelizmente vou continuar por um bom tempo vivendo de aluguel com a minha família. Agora, nem nos amigos eu confio mais. Muito difícil cair em um golpe como este”, finaliza a vítima.

Entenda o caso

Ao menos 15 vítimas registraram boletim de ocorrência na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro, além da 4ª e 7ª Delegacia, sendo que após uma “falha” o estelionatário foi descoberto e agora está sendo procurado.

“Uma das testemunhas anotou a placa de um carro que ele estava e com isso conseguimos identificar o golpista. Ele dizia para as vítimas que as casas ali eram sobras de campanha e, caso a pessoa ajudasse nas vendas, teria a sua garantida. O homem ainda ressaltava que mantinha contato direto com um gerente da Caixa Econômica Federal”, disse a delegada Célia Bezerra, titular da 4ª Delegacia de Polícia.