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Policial

Quadrilha presa em 2015 continua agindo e manda tutorial do crime por WhatsApp

Eles foram descobertos porque enviavam vídeos da ação para outros criminosos através de grupos de aplicativo de celular, o WhatsApp.

Correio do Estado

23 de Agosto de 2016 - 15:39

A polícia prendeu cinco integrantes de quadrilha envolvida no furto do caixa eletrônico do banco Santander, da Avenida Eduardo Elias Zahran, em Campo Grande.

Eles foram descobertos porque enviavam vídeos da ação para outros criminosos através de grupos de aplicativo de celular, o WhatsApp. Os mandantes do crime foram presos no ano passado, estão no presídio de Segurança Máxima da Capital, mas mesmo assim coordenavam as ações do crime.

Segundo informações dos delegados Edilson dos Santos e Fábio Peró, do Grupo Armado de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), Luciana Rodrigues Louveira, de 23 anos, Leandro Chiapinoto de Souza, 27, Luiz Henrique Santos Velasque, 18, Jonathan Paelo de Farias, 20, e Wender Daniel Cubilha Braz, 20, foram presos no final de semana, quando tentavam furtar outro caixa eletrônico, da agência Itaú, na Avenida Júlio de Castilhos.

Eles eram investigados há 30 dias e tiveram a participação no furto da agência do banco Santander confirmado por meio desses vídeos, que eram "tutoriais" para serem enviados a outras quadrilhas. O grupo filmava todas as ações com detalhes e distribuíam as imagens em grupos do WhatsApp.

Um dos envolvidos, Wender, chegou a abrir conta nas duas agências bancárias. Ele aproveitava a visita aos bancos para filmar a localização das câmeras de segurança e dos sensores.

MAIS CASOS

“Ainda vamos investigar se eles participaram de outras ações no interior, incluindo o da agência de Sonora”, informaram os delegados. A quadrilha usava carro roubado com placas falsas para chegar até as agências”, disse o delegado Fábio Peró.

Para abrir os cofres, o grupo usava serras de corte a seco e demoravam 1h30min para chegar até o dinheiro. Eram necessários até seis discos de corte para um furto.

Os responsáveis pela manipulação das ferramentas ainda não foram localizados pela polícia, mas há informações de que não são do Estado e se deslocavam para cidade apenas para as ações criminosas, financiados pelos homens que cumprem pena na Máxima.

Os envolvidos já detidos foram identificados como Fábio de Jesus Barbosa Junior, Melrison da Silva e Gilbert Costa Nascimento.

Estes três foram presos em julho do ano passado, depois de investigação da mesma delegacia. Na ocasião, a polícia descobriu que durante a ação eles usavam solda elétrica e oxigênio, além de bloqueador de sinal capaz de impedir o funcionamento de rádios e telefones celulares. 

ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Ainda conforme a polícia, cada um dos integrantes da quadrilha tinha uma função específica.

Luiz Henrique e Jonathan Paelo eram responsáveis por entrar na agência, desativar alarmes e câmeras de vigilâncias e arrombar o cofre; Wender Daniel fazia o levantamento de dados do local (características da agência); Leandro Chiapinoto atuava como motorista do grupo e o armazenamento das ferramentas usadas no roubo ficava a cargo de Luciana Rodrigues.

Os materiais usados no crime foram apreendidos na casa dela, situada na rua São Bartolomeu, no bairro Vila Nasser. Eles serão indiciados por receptação dolosa, organização criminosa e furto qualificado.