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Agronegócio

Plantio da soja chega à reta final no Estado

Região sul de MS tem o maior índice de área da oleaginosa semeada.

Correio do Estado

28 de Novembro de 2022 - 08:36

Plantio da soja chega à reta final no Estado
Antes mesmo do fim do plantio, 20% da safra de soja 2022/2023 foram comercializados, atraso de 12,45% em relação ao ciclo anterior - Foto: Marcelo Victor.

O plantio da safra de soja 2022/2023 entra na reta final e pode ser concluído já nesta semana. Conforme o boletim Casa Rural, elaborado pelos técnicos da Associação dos Produtores de Soja e Milho de MS (Aprosoja-MS) e do Sistema Famasul, 96,6% da área destinada à semeadura da oleaginosa já foi finalizada.

Foram semeados 3,771 milhões de hectares dos 3,842 milhões de hectares estimados para a safra 2022/2023 no Estado. A produtividade da safra atual é estimada em 53,44 sacas por hectare. A produção deve chegar a 12,318 milhões de toneladas, a segunda melhor safra da história de MS. “A operação de plantio no Estado está sendo executada dentro da média dos últimos cinco anos, e a tendência é ser finalizada até o dia 2 de dezembro”, detalha o relatório técnico.

O presidente da Aprosoja-MS, André Dobashi, explica que as estimativas locais são baseadas nos dados obtidos pelo Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga MS), com informações de satélites cruzadas com a monitoria de técnicos em campo, que percorrem o Estado todas as semanas.

“Até o momento, as estimativas seguem as mesmas do início da safra, sendo a produtividade estimada em 53,44 sacas por hectares, e a produção, em 12,318 milhões de toneladas”, afirma. A região sul está com o plantio mais avançado, com média de 97,6%, enquanto a região central está com 95,1%, e a região norte, com 95,0% de média. De acordo com o Siga MS, as lavouras variam do estádio fenológico VE, que indica a emergência das plântulas, ao R1, marcado pelo início do florescimento.

As condições das lavouras, que até então eram consideradas boas em 100% das áreas, começaram a se diferenciar. No cenário estadual, 96% das áreas estão em boas condições e 4% apresentam condições regulares.

Regionalmente, condições mais adversas são observadas no nordeste do Estado, que apresenta 80% das áreas em boas condições, 17,8% em condições regulares e 2% em condições ruins, provocadas por um deficit hídrico de cerca de 20 dias.

Já na região sul-fronteira, 82,9% das lavouras apresentam boas condições, e 17%, condições regulares, também em função da falta de chuvas e da ocorrência de altas temperaturas. A região sudeste é a única que ainda mantém 100% das áreas em boas condições.

“De acordo com os dados observados no Inmet [Instituto Nacional de Meteorologia], as condições climáticas futuras indicam chuvas consideráveis para todo Estado no trimestre de novembro, dezembro e janeiro, a média de precipitação acumulada deve variar de 500 mm a 700 mm. Lembrando que a previsão probabilística indica que as chuvas ficarão entre 40% e 50% abaixo da média climatológica”, aponta o boletim Casa Rural.

PREÇOS

As cotações disponíveis no site da Granos Corretora apontam que o preço médio da saca com 60 kg de soja foi de R$ 172,82. Ao comparar com o mesmo período de 2021, houve alta nominal de 13,89%, quando a oleaginosa havia sido cotada, em média, a R$ 151,74.

“Esse valor não significa que o produtor esteja realizando negociações neste preço, tendo em vista que a comercialização é gradativa”, alerta o relatório técnico. Antes mesmo do fim do plantio, 20% da safra 2022/2023 foram comercializados, atraso de 12,45 pontos porcentuais quando comparado ao mesmo período deste ano para a safra 2021/2022.

A saca de milho foi comercializada a R$ 72,52 nas últimas semanas, o que representou aumento de 2,50% em relação ao valor médio praticado em novembro de 2021, que era de R$ 70,75. Quanto à comercialização da segunda safra de milho 2021/2022, MS comercializou 62% do cereal, que representa 11,11 pontos porcentuais abaixo do índice apresentado em novembro de 2021. Fertilizantes sobem 123% em dois anos.

O custo de produção segue alto para o bolso do produtor rural. O levantamento divulgado pela Aprosoja-MS, por meio do boletim de fertilizantes do mês de outubro, aponta um incremento médio de 123% no preço desses insumos, nos últimos dois anos, em Mato Grosso do Sul.

Já em relação ao mesmo período de 2021, os preços médios estão iguais, uma vez que o aumento observado no cloreto de potássio (KCl) equivale à redução do fosfato monoamônico (MAP) e do formulado de nitrogênio, fósforo e potássio (NPK), contudo, isso não significa uma estagnação nos preços, conforme salienta o presidente da Aprosoja-MS.

 “Apesar de não se observar um aumento médio nos preços de outubro deste ano em relação ao ano passado, individualmente, o KCl teve um aumento de 29% em relação mesmo período do ano anterior e de 192% em comparação a 2020, o que traz, sim, um incremento no custo de produção de grãos”, afirma André Dobashi.

No total, de janeiro a outubro, o Estado importou 1,1 milhão de toneladas de produtos, um aumento de 4,90% em relação ao mesmo período de 2021. Foram 290 mil toneladas de produtos nitrogenados (N), aumento de quase 20%; 424 mil toneladas de fosfatados (P), crescimento de 3,51%; e 119 mil toneladas de potássicos (K), aumento de cerca de 24%.

Os produtos importados por MS têm origem no Canadá, Rússia, China, Estados Unidos e Egito. Os dados disponibilizados pela Aprosoja-MS baseiam-se em informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).