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Economia

Abate de bovinos cresce 22,3% em Mato Grosso do Sul

O abate que foi de 812,9 mil cabeças no 2º trimestre de 2011, passou para 994 mil este ano em Mato Groso do Sul, sendo proporcionalmente a maior alta do país

Diário MS

02 de Outubro de 2012 - 09:52

O abate de bovinos cresceu 22,3% no segundo trimestre deste ano em Mato Grosso do Sul, se comparado ao mesmo período do ano passado, conforme números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O problema é que, mesmo com algumas aberturar no mercado internacional, o preço pago pela arroba não acompanhou a alta e produtores abateram muitos animais jovens e fêmeas. Nesse contexto, o Estado pode enfrentar dificuldades para conseguir recompor o rebanho nos próximos anos.

A análise é do economista Carlos Alberto Vitoratti, lembrando que o preço pago pela arroba do boi só voltou a ficar remuneratório recentemente. “Com o milho no preço em que estava, a vacina no preço que foi; os custos ficaram altos este ano e o preço não estava remunerando; muitos produtores tiveram que abater o que tinham, incluindo animais muito jovens e fêmeas”, explicou.

 A consequência mais preocupante na redução do rebanho jovem e das matrizes (fêmeas) seria a possível dificuldade para recompor o plantel nos próximos anos. “Esse fator local é muito preocupante, precisamos ver como é que as coisas vão acontecer, para saber se vai precisar de financiamento ou outro incentivo pra remontagem de plantel”, explicou.

 EM ALTA

 O abate que foi de 812,9 mil cabeças no 2º trimestre de 2011, passou para 994 mil este ano em Mato Groso do Sul, sendo proporcionalmente a maior alta do país. Com o índice, o Estado ficou imediatamente a frente do Mato Grosso (18,7%), sendo que juntas as duas unidades federativas detém “67% dos cerca de 558 mil unidades bovinas abatidas a mais em todo o país”, informa o IBGE.

Apesar da queda em alguns Estados produtores como São Paulo, por exemplo, a média brasileira é de alta nos abates. Foram 7,6 milhões no 2º trimestre, representando um acréscimo de 7,9% se comparado à mesma época do ano passado, e de 5,6% em relação ao período imediatamente anterior.

O IBGE ainda traz na pesquisa a alta nas exportações de carne bovina brasileira, tanto em volume quanto em faturamento, com base em dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). “Apesar da queda do preço médio internacional da carne em 2012, o volume embarcado garantiu o bom desempenho do setor exportador neste trimestre. A recuperação das importações pelo Irã, Egito e Chile, grandes parceiros comercias da carne bovina in natura do Brasil, foi a principal razão para os aumentos reportados”, analisa o instituto.

O volume exportado no acumulado do primeiro semestre por Mato Grosso do Sul somou 52,9 mil toneladas de carne in natura, a US$ 249,5 milhões de dólares (52% a mais que no ano passado). O Irã teria sido o grande responsável por esta alta, já que somente ele ‘comprou’ 2,9 mil toneladas no período. O país, que havia deixado de adquirir carne brasileira no final de 2011 por barreiras políticas, voltou a compra-la em maior deste ano.