ECONOMIA
Apesar de crise, indústria da construção espera crescer 1% neste ano
A expectativa é de estagnação nos primeiros três meses de 2015 e reação no segundo trimestre
Daniel Pedra/Assessoria
02 de Fevereiro de 2015 - 10:11
Responsável por empregar 33.909 trabalhadores distribuídos por 2.800 empresas em Mato Grosso do Sul, a indústria da construção civil espera crescer 1% neste ano em relação ao faturamento de R$ 2,51 bilhões obtidos no ano passado, representando algo em torno de R$ 2,53 bilhões, em decorrência da forte crise que assola o País e, em especial, o segmento.
O índice é menor que os 3,5% projetados para 2014 devido à retração registrada na economia nacional e que culminou com a paralisação de grandes obras em todo o território nacional, incluindo o Estado, onde a fábrica de nitrogenados em Três Lagoas parou, causando muitas demissões e provocando um saldo negativo na geração de empregos.
Segundo o presidente do Sinduscon/MS (Sindicato Intermunicipal das Indústrias da Construção de Mato Grosso do Sul), Amarildo Miranda Melo, o cenário econômico atual conduz os empresários a agirem com cautela. Acreditamos que os três primeiros meses do ano serão de estagnação, mas já no segundo trimestre o setor deve reagir. No segundo semestre teremos condições de fazer uma nova avaliação, declarou.
Ele explica que a indústria da construção civil, além da crise, ainda enfrenta entraves com o Governo. Temos muita demora em relação às licenças ambientais, licenças construtivas, alvarás, habites e registro de imóveis. Isso tem atrapalhado o segmento e, por isso, o empresariado entra o ano ainda mais receoso, disse.
Outro fator que tem freado um crescimento maior do segmento são os preços. "Os preços estão inadequados à realidade do mercado, principalmente, no que diz respeito às obras públicas. A burocracia é muito grande, os preços precisam ser corrigido, pontuou Amarildo Melo, esperando que a atual administração estadual possa reverter esse quadro, bem como o Governo Federal.
O presidente do Sinduscon/MS acrescenta também que, quanto mais pessoas qualificadas o segmento tiver tivermos, mais trabalhadores estarão empregados, isso porque as indústrias da construção civil necessitam de mão de obra especializada.
A Fiems, por meio do Senai, trabalha junto ao segmento na capacitação de mão de obra na área de eletricista, pintor e pedreiro, mas a nossa demanda é muito grande e ainda não conseguimos suprir a maioria dessa demanda, destacou Amarildo Melo, esperando que, com a Escola da Construção anunciada pela Federação, esse cenário possa mudar pelo menos na Capital.




