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Economia

Com PIB de R$ 54 bilhões, economia de MS avança e atrai investimentos

Quando o Estado de Mato Grosso do Sul foi oficialmente criado, em 11 de outubro de 1977, não havia cálculo do PIB para esta região – tudo era Mato Grosso.

Notícias MS

08 de Outubro de 2015 - 13:57

Nas notícias, comentários e editoriais de economia é comum a divulgação e análise do PIB (Produto Interno Bruto) de um município, estado ou país. Mas, você sabia que, Mato Grosso do Sul, em sua “infância” enquanto unidade da federação, não possuía o cálculo desse indicador tão utilizado por economistas, jornalistas, e gestores públicos? Para entendermos sua importância, vamos imaginar o Estado como sendo uma família: nosso produto interno bruto seria, de forma simplificada, a soma da renda de todos os componentes dessa família.

E qual o valor do PIB sul-mato-grossense nos dias de hoje? Quem responde, de pronto, é Eliandres Pereira Saldanha, 58 anos – o Saldanha, da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico (Semade). “O PIB de Mato Grosso do Sul é de R$ 54 bilhões para o ano de 2013, de acordo com o último cálculo que finalizamos para a série histórica desse indicador”, diz.

Com os números do Estado “todos em sua cabeça”, Saldanha é conhecido como o “O homem do PIB” ou “O banco de dados ambulante” – formas como vários colegas que trabalham no Parque dos Poderes e em outros órgãos estaduais se referem ao economista de 57 anos, graduado em Ciências Econômicas pela FUCMT e pós-graduado pela Fundação Getúlio Vargas.

Nascido na cidade de Amambai, na região de fronteira do Estado com o Paraguai, ele veio para Campo Grande em meados dos anos 80 e logo em seguida começou a trabalhar no setor de planejamento do recém-instituído Mato Grosso do Sul. É um entusiasta do desenvolvimento do Estado. “Temos matéria prima, boas condições climáticas, geográficas e demográficas, distribuição de energia, infraestrutura logística, uma série de fatores que favorecem a vinda de ainda mais indústrias para cá”, afirma.

Saldanha tem 35 anos de dedicação ao serviço público. “Trabalhei na Casa Civil, quando ainda era no prédio do antigo ERPE (Edifício das Repartições Públicas Estaduais, atual Memorial da Cultura), passei pelos órgãos responsáveis pelo planejamento e, por conta disso, acompanhei a composição do organograma administrativo do Estado de Mato Grosso do Sul, consolidado com a construção do Parque dos Poderes e implantação dessa estrutura que temos aqui. Assisti ao ‘nascimento’ de pelo menos vinte municípios, dos 79 existentes atualmente”, recorda.

É sempre lembrado com respeito e admiração por colegas e superiores. Ao ser indagado sobre o ‘adjetivo’ que recebe – ‘O homem do PIB’ – o baixinho sorri, mas não esconde a satisfação e orgulho de ter sido o responsável pelos cálculos da primeira série histórica do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, “numa época em que tudo era feito no braço, na máquina de calcular, papel caneta e máquina de escrever”.

Quando o Estado de Mato Grosso do Sul foi oficialmente criado, em 11 de outubro de 1977, não havia cálculo do PIB para esta região – tudo era Mato Grosso. “Até meados de 1988 esse cálculo não era feito para Mato Grosso do Sul. Recebi essa incumbência e tive de desbravar uma série de caminhos para obtenção de todas as informações necessárias, além de determinar metodologia organizar as referências, padronizar os cálculos estatísticos”, lembra o economista.

“Tabulamos toda a série histórica, de 1980 a 1988 e de lá para cá é esse é um dos trabalhos que desempenho. Quando a gente fala do PIB, parece algo muito distante do dia a dia, mas é um indicador que mexe com o comportamento de toda a economia, envolvendo o setor público e privado. Sem uma informação como essa, por exemplo, não seria possível captar investimento privado, em indústria, comércio e serviços. Ele nos auxilia até mesmo a pleitear investimentos federais”, diz Saldanha.

Com a informatização do serviço público, o trabalho de elaboração do PIB foi facilitado, possibilitando “menos cálculo e mais trabalho analítico, com a produção de relatórios, análises de conjuntura e outros documentos que subsidiaram e ainda subsidiam o planejamento estratégico do Estado”.

A partir de então, Saldanha também passou a coordenar uma equipe de técnicos que mantém atualizado o Banco de Dados do Estado (BDE), uma ferramenta disponível na internet a todo e qualquer cidadão, por meio da qual é possível ter acesso aos mais diversos indicadores e índices econômicos, sociais, demográficos, geográficos, de produção agropecuária, industrial, mineral, infraestrutura logística, telecomunicações, dentre outros parâmetros. “Temos em nosso Banco de Dados informações estratégicas para planejadores, gestores públicos, investidores e agentes econômicos de um modo geral. É uma ferramenta fácil de acessar e manusear”, afirma o economista.

Saldanha afirma que Mato Grosso do Sul tem um potencial muito grande a ser explorado. Prova disso são os investimentos de R$ 17 bilhões previstos para o setor agroflorestal em Três Lagoas, com a expansão simultânea das duas fábricas de celulose do município além da instalação de indústria de MDF e termelétricas de biomassa na região.

Em Maracaju já foi confirmado o investimento de US$ 1,2 bilhão pelo grupo chinês BDCA, além de R$ 1,3 bilhão em empreendimentos já aprovados neste ano pelo conselho deliberativo do FCO – o Fundo de Investimentos do Centro-Oeste, do qual Saldanha faz parte. “Temos riquezas naturais, matéria-prima, riquezas minerais, terras férteis, a produção se diversificando e belezas naturais que movimentam o nosso turismo. Estamos atraindo diversas indústrias e com isso o crescimento e desenvolvimento atinge vários setores. Quem ganha com isso é a população”, finaliza.