Desemprego faz aumentar saques do FGTS e diminuir arrecadação em 24,52%

O desemprego causou um aumento nos saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e fez diminuir a arrecadação em 24,52% no primeiro semestre deste ano. Entre 2014 e 2015, a diferença entre os depósitos e os saques foi de R$ 8,3 bilhões. São R$ 2,7 bilhões a menos em comparação com o ano passado.

Este resultado é o pior desde 2011. Nesse ritmo, a captação líquida do FGTS – os depósitos menos os saques - deve fechar 2015 por volta de R$ 12 bilhões. No ano passado, os depósitos superaram os saques em R$ 18 bilhões.

Só nos primeiros seis meses de 2015 foram 22 milhões de saques efetuados: um total de R$ 57 bilhões. Aumento de 17,21% em comparação com o mesmo período de 2014. A metade desses saques, segundo a prestação de contas do FGTS, foram de pessoas demitidas sem justa causa.

Comparações

No mês de julho, R$ 9 bilhões foram sacados do FGTS. Um aumento de 23% em comparação com julho do ano passado. Esses números deixam o governo em alerta. Contudo, como antes da crise houve aumento significante na quantidade de empregos com carteira assinada, a arrecadação do FGTS foi o suficiente para garantir que não haja problemas com saques.

Além do mais, o Fundo de Garantia é totalmente separado das contas públicas. O patrimônio líquido fechou 2014 em R$ 77,5 bilhões e R$ 410,4 bilhões em ativos. Esse dinheiro é usado pelo governo para financiar programas como o Minha Casa, Minha Vida.

O governo fixou metas de investimento a serem feitas por meio do FGTS. O valor a ser arrecadado até 2018 é de $ 76,8 bilhões. Deste total, R$ 56,5 bilhões serão direcionados para Habitação, R$ 12,8 bilhões para Infraestrutura Urbana e R$ 7,5 bilhões para Saneamento. Mas, os resultados do primeiro semestre deste ano podem comprometer essas metas.