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Economia

Dólar fecha em alta e termina o mês com valorização

O valor de fechamento desta segunda é o maior desde fevereiro de 2003, segundo a Reuters. Em agosto, a moeda subiu 5,91%

G1

31 de Agosto de 2015 - 16:17

O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (31), chegando a R$ 3,68 e renovando as máximas desde o fim de 2002, pressionado por preocupações com a situação fiscal do Brasil e temores de que o país possa perder seu selo de bom pagador com projeção de déficit primário no Orçamento de 2016, mesmo após o Banco Central reforçar sua intervenção no câmbio.

À tarde, a moeda teve a alta reduzida, em meio à briga pela formação da Ptax de agosto (taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para diversos contratos cambiais).

O dólar avançou 1,17%, a R$ 3,6271, após ter chegado a R$ 3,6845. O valor de fechamento desta segunda é o maior desde fevereiro de 2003, segundo a Reuters. Em agosto, a moeda subiu 5,91%. No ano, o dólar acumula alta de 36,42%.

Veja como foi a cotação ao longo dia:
Às 9h09, subia 1,27%, a R$ 3,6309.
Às 9h30, subia 1,76%, a R$ 3,6485.
Às 10h10, subia 1,83%, a R$ 3,6510.
Às 10h29, subia 2,51%, a R$ 3,6755.
Às 10h50, subia 2,65%, a R$ 3,6805.
Às 11h10, subia 2,29%, a R$ 3,6677.
Às 11h30, subia 1,81%, a R$ 3,6505.
Às 12h, subia 1,59%, a R$ 3,6423.
Às 12h20, subia 1,21%, a R$ 3,6290.
Às 12h40, subia 1,27%, a R$ 3,6310.
Às 13h04, subia 1%, a R$ 3,6213.
Às 13h19, subia 1,3%, a R$ 3,6319.
Às 14h03, subia 1,34%, a R$ 3,6332.
Às 15h03, subia 1,08%, a R$ 3,6240.
Às 15h50, subia 1,39%, a R$ 3,6354.

Os movimentos locais também vinham em linha com os mercados externos, que sofriam o efeito de novo tombo da bolsa chinesa, acentuados também pela briga pela formação da Ptax de agosto. A taxa, calculada pelo BC, serve de referência para diversos contratos cambiais e operadores costumam disputar para deslocá-la a patamares mais favoráveis a suas operações

"Não há nada de animador, nada de boas notícias", disse à Reuters o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca. "Desde que me entendo por gente, este está sendo um dos piores momentos para o mercado financeiro".

Os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Fazenda, Joaquim Levy,entregaram nesta segunda-feira (31) ao presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o projeto do Orçamento de 2016. De acordo com Barbosa, a proposta foi entregue com previsão de déficit (gastos maiores que as receitas) de R$ 30,5 bilhões, que representa 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

Investidores entenderam que essa decisão deixaria o Brasil mais próximo de perder seu grau de investimento, o que provocaria intensa fuga de capitais dos mercados locais.

Intervenção do BC no câmbio

A apreensão com o cenário local somou-se à pressão vinda dos mercados externos, onde o dólar fortalecia em relação às principais moedas emergentes diante de preocupações com a desaceleração da economia chinesa, e levava a moeda norte-americana a saltar em relação ao real mesmo diante da intervenção do BC.

Após o fechamento dos negócios na sexta-feira, o BC anunciou para esta sessão leilão de venda de até US$ 2,4 bilhões com compromisso de recompra em 4 de novembro de 2015 e 2 de dezembro de 2015. Além disso, sinalizou que deve rolar integralmente os swaps cambiais, contratos equivalentes a venda futura de dólares, que vencem em outubro.

"O BC não consegue estancar a alta do dólar, e nem quer. Ele quer deixar claro que está ali para fornecer liquidez, mas o problema agora não é de liquidez, é de fundamentos", disse à Reuters o superintendente de derivativos de um importante banco nacional.