ECONOMIA
Indústrias faz corte de funcionários e importam da China até 40%
Flávio Paes/Região News
16 de Janeiro de 2012 - 08:43

Um dos segmentos que mais gera emprego em Mato Grosso do Sul (quase 10 mil) às indústrias do setor de vestuários estão se curvando à concorrência chinesa que oferece produtos até 75% mais baratos em relação ao similar nacional. Uma peça produzida aqui que sai por R$ 6,00, pode ser adquirida na China a R$ 1,50 , incluindo os custos com impostos e frete. Pelos cálculos do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Vestuário, Tecelagem e Fiação de Mato Grosso do Sul, só em três unidades de produção 900 vagas de trabalho foram fechadas.
Uma das empresas atingidas pela invasão chinesa é a TIP Top. Como a empresa (que fabrica roupa infantil) importou 40% da sua coleção de verão, reduziu em 28% seu quadro de pessoal na unidade de Sidrolândia, de 380 para 270 funcionários e em 36% em Campo Grande. Na Capital, foram cortadas 180 vagas de trabalho, que caíram de 500 para 320 trabalhadores. A empresa desistiu dos planos de abrir um turno extra e de repor parte do pessoal que se demitiu ou foi dispensado.
Conforme o levantamento do Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior, a Tip Top (TDB Textil S/A) importou ano passado US$ 1.072,672, ficando em 25º lugar entre as 40 maiores importadoras de Mato Grosso do Sul. O volume de compras da empresa no exterior aumentou 63,64% em relação a 2010, quando as importações somaram 655,4 mil dólares. A Via Blumenau, outra indústria instalada na cidade, também registrou importações, 335 mil dólares, valor que não corresponde a totalidade das compras, já que a empresa tem matriz em Santa Catarina .
As empresas que não têm fôlego financeiro (nem escala) para atender sua clientela com importados, simplesmente cortaram um turno de produção e demitiram mais da metade dos funcionários. A Universo Íntimos de Campo Grande demitiu 610 trabalhadores, cortando de 1.410 para 800 o seu quadro de pessoal.




