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Economia

Números do Caged de julho serão negativos, diz ministro do Trabalho

Dados serão divulgados na tarde desta sexta-feira (21). Manoel Dias disse que país está em fase de "adequação".

G1

21 de Agosto de 2015 - 13:37

A criação de vagas formais de trabalho em julho não foi positiva, informou nesta sexta-feira (21) o ministro o Trabalho e Emprego, Manoel Dias. Ele não quis adiantar o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que será divulgado na tarde desta sexta-feira (21), mas admitiu que o números serão negativos.

"Não tenho exatamente os números, mas os números são negativos", disse Dias, ao participar do Google Day, em São Paulo.

Segundo o ministro, o país está numa fase de adequação. "Nossa expectativa é de que até o final do ano nós possamos retomar e o governo está oferecendo recursos e sua capacidade de investimento que implica em geração de novos postos de trabalho", disse.

Sobre o aumento do desemprego entre os jovens, segundo mostram as pesquisas do IBGE nos últimos meses, o ministro afirmou que o governo tem varias políticas públicas para "combater esse número negativo". "O Ministério do Trabalho é responsável pelas políticas públicas da juventude", disse.

Dias afirmou que há vários programas implementados e que a meta entre 2013 e 2016 era empregar 1.400 aprendizes. "Nós já cobrimos essa meta em maio e estamos desenvolvendo ações no sentido de primeiro conveniar com vários órgãos e entidades para ampliação da contratação de jovens”.

Como exemplo desse convênio ele citou os Correios, que se comprometeram em contratar 2 mil jovens. "Nós queremos ver se até o final do ano colocamos 1,5 milhão de jovens no mercado de trabalho", disse.

Seguro-desemprego

Ao ser questionado sobre possível aumento dos pedidos do seguro-desemprego com o fechamento de vagas no país, Dias disse que "está normal".

"Com a alteração do prazo para acesso isso implicou claro na redução de pagamentos mas esse período de redução de emprego claro que aumenta também o fluxo de caixa, mas está dentro da nossa perspectiva", informou. O governo alterou este ano as regras para o seguro-desemprego, ampliando o tempo de trabalho necessário para ter acesso ao benefício.

Histórico

Em junho, foram fechadas 111 mil vagas de trabalho com carteira assinada, o pior resultado para o mês desde 1992.  No mês de maio, o país já havia perdido 115 mil postos de emprego formal.

No acumulado dos seis primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, foram fechados 345.417 postos com carteira assinada. O patamar também é o menor para o período desde o início da série histórica, neste caso contabilizada desde 2002. Em 12 meses, o país já acumula a perda de 601.924 postos de trabalho.

FGTS

De acordo com Dias, recursos do FGTS da ordem de R$ 84 bilhões este ano para construção da casa própria para baixa renda que englobam 35 mil unidades vão gerar 3,7 milhões de novos postos de trabalho no Brasil.

Reoneração

Sobre a aprovação do Senado do projeto de lei que reverte parte das desonerações da folha de pagamento, a principal medida do governo para ajustar as contas públicas, o ministro não acha que isso irá afetar a empregabilidade no país. “Eu acredito que não haverá um grande impacto na questão de dispensa porque eu acho que as empresas que tinham que diminuir o seu número de trabalhadores já cumpriram”.

Programa de Proteção ao Emprego

Dias falou ainda sobre o Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Segundo ele, duas empresas já entregaram os documentos necessários para participar do programa e a papelada está sendo analisada. "Esperamos assinar já na próxima semana os dois primeiros contratos. Temos mais 20 empresas que estão fazendo o registro do acordo coletivo para também entrar no programa". Segundo ele, a maioria é do setor de autopeças.

O ministro informou ainda que há R$ 30 bilhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador disponível para o microempreendedor, sendo R$ 12 bilhões para o microempreendedor individual para financiamentos de pequenos valores como R$ 2 mil ou R$ 3 mil.

"No momento em que o emprego tem sido reduzido nós temos as pesquisas que dizem que 64% dos jovens sonham em ter um negócio próprio, então vamos em todas as ações do governo colocar ao lado de qualquer programa o microcrédito para quem dificuldade de arrumar emprego e quer fazer um empreendimento. Nós emprestamos dinheiro para ele realizar seu sonho. Os grandes empregos começam de pequenas empresas", afirmou.