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Mato Grosso do Sul

Empresa de cunhada de prefeito vende cursos à entidade que representa municípios

Assomassul é associação sem fins lucrativos, mas cursos que antes eram gratuitos custam até R$ 1.000.

Campo Grande News

01 de Junho de 2023 - 16:00

A Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) firmou parceria com o IBCGP (Instituto Brasileiro de Ciências em Gestão Pública), a fim de realizar cursos com o objetivo de "angariar fundos para a entidade", conforme anúncio feito no início deste ano pela própria entidade.

Mesmo sendo entidade sem fins lucrativos, os valores de cada capacitação variam de R$ 500 a R$ 1.000.

Outra questão é que a parceria foi firmada com instituto que tem como presidente Michele Cristine Belizário Canderan, casada com o empresário Paulo Calderan, irmão do prefeito de Maracaju, Marcos Calderan, um dos gestores associados à Assomasul.

Além disso, Michele é sócia-administradora do escritório “Belizario Advocacia S.S." Em 2021 o escritório dela foi contratado pelo prefeito de Maracaju e foi alvo de investigação pelo Ministério Público Estadual.

Começo do curso divulgado nas redes sociais da Assomasul e de Michele Calderan

Hoje o curso foi sobre a Nova Lei Licitações e vai durar 2 dias, com desconto de 50% para associados e R$ 1.000 para quem não integra a Assomasul.

Na realidade, a cobrança até pode ser feita, desde que a Associação não obtenha nenhum lucro com o que for arrecadado. O problema é que não é possível saber quanto a entidade recebeu este ano, porque o ultimo balancete divulgado pela associação é de dezembro de 2022.

As inscrições são feitas através do site https://nucleodegestaomunicipal.ibcgp.org.br/  onde é possível confirmar a cobrança para participação.

Anteriormente as capacitações  eram oferecidas pela entidade e através de convênio com a CNM (Confederação Nacional dos Municípios),  gratuitamente.

O Campo Grande News enviou mensagem e ligou para o presidente da Assomasul, Valdir Júnior e para o diretor executivo Rogério Rosalin, apenas Rogério respondeu. "Antes da pandemia, a CNM dava conta de oferecer os cursos, hoje não", justificou. Sobre o envolvimento com a empresa da cunhada do prefeito, ele disse "desconhecer" a ligação entre a família.

Quanto ao valor das inscrições que ficará com a instituição ele disse apenas: "não lembro de cabeça".