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Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Quarta, 31 de Dezembro de 2025

Mato Grosso do Sul

Exportações de MS bateram recordes em 2025, mas alimentos ficaram entre os mais caros do país

Em março de 2025, a cesta básica de Campo Grande chegou a ser a 3ª mais cara do país.

Midiamax

31 de Dezembro de 2025 - 08:30

Exportações de MS bateram recordes em 2025, mas alimentos ficaram entre os mais caros do país
Preço dos alimentos em MS se manteve entre os 6 mais altos do Brasil em 2025. Foto: Ilustrativa, Banco de imagens

Mato Grosso do Sul encerra 2025 com um cenário econômico marcado por contrastes. De um lado, o custo da alimentação continua pesando no bolso das famílias, com a cesta básica figurando entre as mais caras do país. Produtos como arroz, feijão, carne e leite tiveram altas sucessivas ao longo do ano, pressionados por fatores climáticos, aumento nos custos de produção e maior demanda externa.

Ao mesmo tempo, o Estado registrou desempenho robusto no comércio exterior. As exportações cresceram impulsionadas pelo agronegócio, com destaque para soja, milho, carne bovina e, principalmente, celulose.

A demanda internacional e a competitividade da produção sul-mato-grossense resultaram em superávit expressivo, ampliando as vendas ao mercado externo. O bom momento também se refletiu na geração de empregos, que fechou o ano com saldo positivo nos setores de indústria, serviços e comércio do Estado.

Preço dos alimentos

No entanto, o custo da alimentação em Mato Grosso do Sul segue entre os mais caros do país. Em 2025, o preço da cesta básica em Campo Grande oscilou, mantendo-se como a 6ª mais elevada do Brasil na maior parte dos meses do ano.

Em março, o conjunto de alimentos chegou a ser o 3º mais caro do país, conforme levantamento mensal do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Um pequeno alívio aconteceu somente no mês de julho, quando, pela primeira vez no ano, o preço do conjunto básico de alimentos reduziu 2,18%. Mesmo assim, figurou como a 6ª mais cara do país naquele mês.

Em setembro, Campo Grande registrou a maior alta no preço da cesta básica do Brasil. Por isso, o trabalhador da capital sul-mato-grossense, remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.518,00, precisou trabalhar 113 horas e 8 minutos para adquirir a cesta básica naquele mês.

Isso significa que, ao longo de 2025, o custo dos alimentos básicos comprometeu, em média, 55% do salário mínimo.

Exportações do agronegócio

Em contrapartida, enquanto a população paga caro para comer, Mato Grosso do Sul alcançou volumes recordes de venda de alimentos ao mercado exterior. Em 2025, o agronegócio continuou sendo o principal motor das exportações de Mato Grosso do Sul, representando cerca de 95% de tudo o que o Estado vendeu ao exterior ao longo do ano.

Nos primeiros nove meses, o setor exportou aproximadamente US$ 7,68 bi, resultado 3% superior ao mesmo período de 2024, com destaque para carnes (+37%), celulose e soja, enquanto o milho também cresceu em volume exportado.

Somente entre julho e setembro, período em que foi anunciado e passou a valer o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Mato Grosso do Sul registrou alta de 3,7% nas exportações totais, mesmo vendendo menos aos EUA.

Entre janeiro e novembro de 2025, o valor total exportado pelo Estado chegou a cerca de US$ 9,84 bilhões, um crescimento de 5,48% em relação a 2024. O saldo acumulado da balança comercial de 2025 até novembro de 2025 é de US$ 7,42 bilhões, 10,46% superior à do mesmo período do ano de 2024.

Esse cenário resultou em saldo positivo da balança comercial até novembro, no total de US$ 7,42 bilhões, 10,46% acima do ano anterior, conforme dados do Boletim de Comércio Exterior, elaborado pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

Produtos mais exportados

  • Celulose manteve liderança na pauta de exportações, respondendo por quase 30% do total exportado.
  • Soja em grão representou cerca de 25% da pauta.
  • Carne bovina (com 17,3%) e de aves apresentaram forte desempenho, com elevados ganhos de volume exportado.

No caso da carne bovina, somente até agosto Mato Grosso do Sul movimentou 276.039 toneladas do produto, o que representa crescimento de 25% em toneladas movimentadas pelo Estado.

Nesse período, a receita obtida nessas vendas totalizou US$ 1,198 bilhão ao Estado, valor superior ao registrado no ano passado. Em 2024, o setor movimentou 221.666 toneladas na exportação no mesmo período, obtendo uma receita de US$ 837,6 milhões.

Ou seja, os resultados obtidos de janeiro a agosto de 2025 mostram crescimento de 25% em toneladas movimentadas e de 43% na receita em dólar.

Empregos

Em 2025, Mato Grosso do Sul manteve saldo positivo de empregos formais na maior parte do ano, apesar de algumas variações mensais. No primeiro trimestre, de janeiro a março, o Estado gerou 12.584 empregos com carteira assinada, mantendo sequência de resultados positivos mês a mês.

Em outubro, MS alcançou o saldo de 31.820 novos postos formais no acumulado dos 10 primeiros meses do ano. Além disso, o Estado aparece bem colocado em rankings de competitividade e qualificação da mão de obra, o que reforça o desempenho do mercado de trabalho ao longo do ano.

Dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), elaborado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, indicam que, ao longo de 2025, Mato Grosso do Sul apresentou, na maior parte dos meses, desempenho positivo principalmente em três dos cinco setores econômicos avaliados: comércio, construção e indústria.

Já os setores de agropecuária e serviços apresentaram oscilações, mas também com desempenho positivo em vários meses. A desaceleração ficou mais evidente em setembro e outubro, mesmo mantendo o saldo anual positivo. Assim, o acumulado do ano mostra crescimento no emprego formal no Estado.