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Mato Grosso do Sul

Queimadas e seca fizeram quadruplicar poluente no ar

Dados de satélites mostram que concentração de dióxido de nitrogênio surgiu em setembro

Correio do Estado

17 de Setembro de 2020 - 16:34

Queimadas e seca fizeram quadruplicar poluente no ar
Fumaça das queimadas se mistura com névoa seca causada pela falta de chuva no Estado - Foto: Álvaro Rezende / Correio do Estado

A concentração de poluentes no ar de Mato Grosso do Sul começou muito em setembro. Grande parte em virtude das queimadas na região do Pantanal e também em outras áreas.

De acordo com dados de satélite, só de dióxido de nitrogênio, houve uma concentração quatro vezes maior este mês no Estado.

Segundo o físico Widinei Alves Fernandes, doutor em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ( UFMS ), entre os principais poluentes do ar está o material particulado (conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho).

Nessa categoria, as partículas PM2,5, que são as mais finas, causam mais danos à saúde.

“Nesses locais de queimadas como as pessoas eliminam a nível desse nível, ou seja, por essas partículas finas. Então, isso aumenta uma série de problemas para quem tem problemas respiratórios e os idosos. Além desse [poluente], tem o monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio e outros gases ”, explicou Fernandes.

Dados de satélite pelo físico exibindo que houve aumento de todos os poluentes, principalmente do dióxido de nitrogênio, um dos principais poluentes da atmosfera e que oferece riscos à saúde e ao meio ambiente.

“Com dados de satélite dá para verificar que houve um piora, que se deve também às queimadas do Pantanal, mas também às queimadas próximas, como as queimadas urbanas e o próprio ressuspensão das partículas por causa do tempo estar muito seco, a qual também aumenta nesse período, ou seja, não bastam as queimadas, você tem a suspensão por vento. É um somatório de fatores ”, afirmou o físico.

Em altas altas, o dióxido de nitrogênio pode provocar pneumonia química retardada, edema pulmonar, irritação da mucosa do nariz (coriza) e danos severos aos pulmões - semelhante aos provocados pelo enfisema pulmonar -, a exposição contínua pode causar diminuição permanente das funções pulmonares.

Conforme o pesquisador, nesta época do ano é comum a qualidade do ar ficar bastante afetada no Norte e Centro-Oeste do País.

“Os principais poluentes que afetam a qualidade do ar, por causa das queimadas, são as partículas, principalmente o MP2,5; CO; NO2; e com a radiação solar do ozônio. As partículas de aerossol emitidas pelas queimadas, com um tempo de residência na atmosfera da ordem de dias, durante a estação seca, compõem uma espessa camada de fumaça sobre essas regiões do Brasil ”.

Previsão

A umidade relativa do ar em Mato Grosso do Sul chegou a 8% nesta semana, por causa da onda de calor que atingiu o Estado, o que também contribuiu para uma péssima qualidade do ar.

Para os próximos dias, a boa notícia é de que previsão da chegada de uma frente fria que pode trazer chuva para Mato Grosso do Sul.

De acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS (Cemtec), na sexta-feira, uma frente fria atuará no Uruguai e avançará no sábado para o Brasil, trazendo as condições de chuva entre Santa Catarina e o Paraná e até o norte da Argentina e o sul da Bolívia.

Com isso, há possibilidade de chuva no extremo sul e oeste de São Paulo e o sul e sudoeste de Mato Grosso do Sul.

No domingo, com o avanço da frente fria, a instabilidade também se alinhará entre o Estado e o centro-sul de Mato Grosso, com pouca chuva.

Durante a segunda-feira, é esperado o céu parcialmente nublado um nublado com pancadas de chuvas fortes, e na terça-feira como chuvas se espalham em todas as áreas do Estado.

Para hoje a previsão é de céu claro a parcialmente nublado em todas as regiões, sem expectativa de chuva no Estado.

A umidade relativa do ar baixa em todas as regiões, a variação está estimada entre 15% e 55% ao longo do dia, com porcentagens menores estimadas nas regiões noroeste, norte, central e bolsão. Mato Grosso do Sul ainda têm altas temperaturas, que podem variar de 16 ° C a 41 ° C, com grande amplitude térmica. Na Capital, a variação será de 20 ° C a 36 ° C.