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Meio Ambiente

Órgãos ambientais aplicaram, R$ 3 milhões em multas

Com ajuda de satélites, Polícia Federal identifica origem de focos

G1

22 de Setembro de 2020 - 08:35

Órgãos ambientais aplicaram, R$ 3 milhões em multas
Fogo na região do Nabileque, em Corumbá, Pantanal de MS — Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

Mesmo após o fogo já ter sido apagado na região do Nabileque, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, peritos estaduais, policiais e bombeiros continuam percorrendo áreas de 35 fazendas na região dos municípios de Corumbá, Ladário e Miranda. A intenção é vistoriar os locais para identificar o início das queimadas na região, que teve milhares de hectares do bioma destruídos pelas chamas no último mês.

Somente neste ano, quase 3 milhões de hectares foram queimados no Pantanal. Muitos focos começam por causa de uma prática comum, nem sempre autorizada pelos órgãos ambientais: atear fogo na pastagem para renovar o pasto.

Para realizar o monitoramento do fogo, a Polícia Federal conta com a ajuda de satélites, que mostram as primeiras chamas e como elas se alastraram. "Através da análise dessas imagens de satélite e sobrevoos com aeronaves, é possível identificar a origem, o local dos focos e onde houve o provável início dos incêndios", afirma o delegado Leonardo Rafaini.

Em Corumbá, a Polícia Federal visitou quatro fazendas onde as imagens por satélite apontaram que o fogo foi iniciado no final de junho, destruindo mais de 33 mil hectares. O fogo que começou nas fazendas se alastrou para propriedades vizinhas, chegando a áreas de proteção permanente (APP) perto do Parque Nacional do Pantanal e também em reservas particulares da rede de proteção do Amolar, um corredor natural da biodiversidade.

Em 2020, os órgãos ambientais do estado de Mato Grosso do Sul aplicaram 42 multas por incêndios florestais. O número somaria mais de R$ 3 milhões e 800 mil em autuações, mas a maioria das multas não estão sendo pagas pelos suspeitos de atear fogo. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente do estado, somente de 30% a 40% das autuações são pagas, pois os suspeitos de atear fogo recorrem judicialmente ou administrativamente.

Para Ângelo Rabelo, presidente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), as fiscalizações e autuações são importantes para coibir novos focos, já que parte do Pantanal continua em situação crítica. "Toda essa região segue ameaçada e nós estamos fazendo esforços para, com o Prev Fogo e bombeiros, fazermos o primeiro combate, evitando que a situação se agrave como já está acontecendo", finalizou.