Policial
Advogado de Nestor Cerveró é preso no Rio
Édson Ribeiro, que defendeu Cerveró, teve prisão decretada nesta quarta. Ele foi para os EUA, e a inclusão na Interpol é requisito para a prisão.
G1
27 de Novembro de 2015 - 07:35
Edson Ribeiro, advogado do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, foi preso na manhã desta sexta-feira (27) no Aeroporto Tom Jobim, Zona Norte do Rio, logo após chegar de um voo de Miami (EUA).
O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou a inclusão do nome do advogado Edson Ribeiro na difusão vermelha da Interpol. A decisão foi tomada na noite de quarta (24) e remetida agora pela manhã para autoridades policiais.
Ribeiro chegou a ser localizado nos Estados Unidos na quarta, mas não foi detido porque era aguardada a decisão do Supremo sobre a inclusão do nome na lista da Interpol.
Edson Ribeiro é suspeito de ter atuado para ajudar o senador Delcidio do Amaral, líder do governo no Senado, a tentar prejudicar acordo de delação premiada entre Cerveró e o Ministério Público Federal. Ou, caso o acordo fosse firmado, impedir que o ex-diretor citasse o nome do parlamentar e do empresário André Esteves, que foram presos nesta terça.
Relatório da PGR
Em diversos trechos, o relatório da PGR que pediu a prisão do senador, do banqueiro e do advogado aponta supostas tentativas de Delcídio de embaraçar as investigações. Fala em atuação concreta e intensa do senador e do banqueiro para evitar a delação premiada de Nestor Cerveró, conduta obstrutiva e tentativa de interferência política em investigações judiciais.
A PGR afirma que os R$ 50 mil mensais prometidos a Nestor Cerveró seriam repassados à família do ex-diretor mediante um acordo dissimulado entre o advogado Edson Ribeiro e o BTG Pactual, do banqueiro André Esteves.
Ainda conforme o relatório da PGR, parte dos valores prometidos a Cerveró seria repassada a partir de honorários advocatícios pagos por André Esteves, ao advogado Edson Ribeiro. O senador Delcídio do Amaral também teria prometido a Ribeiro, segundo o documento da PGR, mais R$ 4 milhões em honorários advocatícios.
O relatório foi baseado em gravações realizadas por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, de duas reuniões recentes realizadas nos dias 4 e 19 de novembro com a participação de Delcídio Amaral e André Esteves.