Herdeiros do tráfico escondiam drogas em cofres camuflados em Maracaju

Cofres embutidos e camuflados em paredes revelaram o nível de sofisticação de um esquema de tráfico de drogas desarticulado pela Polícia Civil durante a Operação Casa Bomba II, deflagrada nesta quarta-feira (10), em Maracaju. A ação é um desdobramento de uma apreensão feita em julho, quando entorpecentes foram encontrados em compartimentos secretos dentro de um imóvel usado pela quadrilha como espécie de “reserva de valor”.

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Na ação de julho, a polícia encontrou aproximadamente R$ 120 mil em drogas — incluindo 500 gramas de crack e 1,5 quilo de cocaína pura — escondidas em cofres disfarçados de tomadas, instalados em uma casa em construção no Bairro Ilha Bela II. O imóvel pertencia a M.S.A, 39 anos, apontado como chefe de grande parte das bocas de fumo da cidade, mesmo após ter sido preso. De acordo com as investigações, o traficante utilizava tanto o imóvel quanto a droga armazenada como forma de poupança ilícita.

A residência, que ficou conhecida como “casa bomba”, era usada para guardar grandes quantidades de entorpecentes antes da distribuição. Conforme a polícia, todo o investimento para a construção do imóvel foi financiado com dinheiro do tráfico.

Organização continuou atuando após morte do chefe

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Depois da apreensão, novas investigações revelaram que uma organização criminosa havia assumido os pontos de venda e mantido o esquema mesmo após a morte de M.A, assassinado em 7 de dezembro dentro da Penitenciária da Gameleira II. Ele foi espancado por rivais que alegaram uma “guerra de rua”. Os irmãos L.R.M, 33 anos, e D.S.S.J, 24, confessaram o crime e foram autuados em flagrante; M.A apresentava lesões graves na cabeça e pescoço quebrado.

As apurações também confirmaram que o imóvel utilizado como esconderijo havia sido adquirido com recursos do tráfico e que os cofres secretos continuavam sendo usados pelo grupo para armazenar drogas.

Com todos os elementos reunidos, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva dos integrantes e pelo sequestro do imóvel. As ordens judiciais foram cumpridas na manhã desta quarta-feira.

Prisões e alvos da operação

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Ao todo, dois mandados de prisão foram cumpridos contra líderes da organização, e outras quatro pessoas foram conduzidas após serem flagradas com porções de droga.

Entre os alvos está M.R.S, viúva de M.A, apontada como herdeira das bocas de fumo. Ela possui diversas passagens por tráfico. Também foi alvo G.H.S.F, responsável pela parte financeira da organização e considerado “braço direito” do chefe do tráfico. Ele possui várias passagens e está foragido há oito meses.

Outro investigado é A.S.F, igualmente braço direito do grupo. Ele administrava o imóvel onde a droga era escondida e também tem histórico criminal por tráfico. A Polícia Civil segue com diligências para localizar foragidos e aprofundar as investigações sobre o patrimônio obtido pela organização criminosa.