Policial
Jovens liberam 2, mas ainda mantêm 9 reféns em unidade da Fundação Casa
A Fundação Casa enfrenta neste ano a maior onda de fugas desde 2005, quando ainda se chamava Febem.
Folha Press
13 de Novembro de 2015 - 16:44
Dois funcionários que tiveram ferimentos leves durante rebelião na unidade de Pirituba da Fundação Casa, na zona norte de São Paulo, foram liberados por volta das 13h30 desta sexta-feira (13). De acordo com a instituição, nove funcionários ainda são feitos reféns.
A confusão na unidade começou por volta das 10h30, quando os adolescentes dominaram os funcionários e atearam fogo em colchões, que já foi controlado. Por volta das 13h, representantes da superintendência da Segurança e da Corregedoria-Geral da Fundação Casa negociam com os adolescentes para conseguir a liberação dos funcionários.
Essa é a segunda rebelião que acontece na unidade em pouco mais de um mês. No dia 8 de outubro, os adolescentes fizeram quatro funcionários reféns, que foram liberados depois de quatro horas sem ferimentos.
Os adolescentes estão espalhados pela unidade: alguns estão em cima dos telhados e outros espalhados pelo pátio. De acordo com a assessoria da Fundação Casa, a unidade tem 79 adolescentes internados, sendo que a capacidade é para receber 83 jovens.
Essa é segunda rebelião que
acontece em alguma unidade da Fundação Casa nesta semana. Na última segunda
(9), jovens da unidade Ipê, na rodovia Raposo Tavares (zona oeste), fizeram
oito funcionários reféns.
A instituição informou que o tumulto foi rapidamente controlado, mas dois
funcionários ficaram levemente feridos. A unidade tem capacidade para 104
internos e abriga atualmente 102 jovens. Uma sindicância foi aberta para apurar
o caso.
ONDA DE FUGAS
A Fundação Casa enfrenta neste ano a maior onda de fugas desde 2005, quando ainda se chamava Febem. Do começo de 2015 até o dia 14 de outubro, 487 jovens tinham conseguido escapar de unidades da fundação no Estado inteiro -212 só nos últimos dois meses, em oito grandes fugas.
Do total do ano, 106 foram recapturados.
Em 2005, quando uma grande crise assolou a Febem e culminou em centenas de demissões de servidores, foram registrados 775 fugitivos ao longo do ano inteiro. A partir dali, todos os anos contabilizaram menos adolescentes fugitivos do que 2015, que ainda não terminou.