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Policial

Mãe de jovem morto em lava-jato protesta por prisão de autores

Wesner morreu no dia 14

Midiamax

18 de Fevereiro de 2017 - 09:00

Familiares e amigos de Wesner Moreira da Silva, que morreu aos 17 anos após ser agredido pelo patrão e um colega de serviço em um lava-jato, se reúnem na manhã deste sábado (18) em um protesto. Eles clamam por justiça e se concentram na Praça Ary Coelho, região central de Campo Grande.

Emocionada, a mãe de Wesner, Marisilva Moreira da Silva, de 44 anos, diz que não consegue mais dormir e sente muita falta do filho, que completaria 18 anos em junho. “Mas eu não vou descansar enquanto eu não ver os dois presos”, afirmou. Tiago Demarco Sena, de 20 anos, e Willian Larrea, de 31 anos, são apontados como os responsáveis pela morte do adolescente.

“Vou fazer o que for preciso e vou a qualquer lugar que precisar para ver eles presos”, disse dona Marisilva. Com cartazes e gritando ‘Justiça’, aproximadamente 50 pessoas já se reúnem na praça. Eles também irão protestar nos semáforos, mobilizando motoristas e pedestres que passarem pelo local.

Juiz nega prisão

O juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal de Júri de Campo Grande negou pedido de prisão a Tiago e Willian e alegou que o delegado Paulo Sérgio Lauretto não trouxe “fundamentação quanto à concreta necessidade da prisão preventiva dos envolvidos”.

O pedido de prisão foi feito na última terça-feira (14), momentos antes da morte de Wesner. O juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal, primeiro a receber o inquérito sobre o caso, entendeu que a morte do adolescente se trata de um homicídio doloso, quando há intenção de matar. “Além do ato praticado pelos indiciados ser revestido de uma imbecilidade oceânica, não há como alegarem que o ato por eles praticado não poderia causar a morte de uma pessoa”, explicou no despacho. Já o Ministério Público entende que o crime se trata de crime de lesão corporal seguida de morte.

Agressão e morte

Wesner foi agredido por Tiago e Willian no dia 3 de fevereiro, uma sexta-feira. Eles teriam segurado o adolescente e introduzido ar comprimido no corpo do jovem com uma mangueira. A vítima passou mal e foi levada para a Santa Casa, onde foi constatado rompimento do intestino e lesão em outros órgãos.

O adolescente passou por cirurgia e permaneceu internado, quando teve uma complicação e morreu após uma parada cardiorrespiratória. O caso ainda é investigado pela polícia e deve ser concluído na próxima semana. Até então, os agressores continuam em liberdade.