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Policial

Medicamentos não alteravam modo de agir de suspeito de chacina, diz médica

Segundo Neiva Damasceno, os remédios que o adolescente tomava contra uma doença chamada fibrose cística não poderiam alterar o seu comportamento.

Terra

22 de Agosto de 2013 - 14:43

A médica pneumologista que tratava do estudante Marcelo Bovo Pesseghini, 13 anos, apontado como o autor de uma chacina que terminou em cinco mortes no dia 5 de agosto, prestou depoimento na manhã desta quinta-feira no Departamento de Homicídio e de Proteção à Pessoa (DHPP), na região central de São Paulo. Segundo Neiva Damasceno, os remédios que o adolescente tomava contra uma doença chamada fibrose cística não poderiam alterar o seu comportamento.

“Eu já disse. Os medicamentos não causavam nenhuma alteração no comportamento", disse a médica na saída do depoimento, “blindada” por dois advogados que lhe faziam companhia. Neiva Damasceno, em seu pouco contato com a imprensa, relatou que disse aos policiais as mesmas coisas que vem dizendo nos últimos dias. Para ela, o comportamento do jovem era normal e a doença não seria nenhum agravante em seu comportamento. O depoimento da médica teve início às 10h30 e terminou por volta das 13h.

Neiva tratava de Marcelo desde sua infância na Santa Casa de Misericórdia. A fibrose cística é uma doença degenerativa hereditária que compromete o funcionamento das glândulas. A condição do garoto fazia com que as glândulas produzissem substâncias, como o muco, mais espessas e de difícil eliminação, o que contribuía no acúmulo de bactérias, por exemplo.

O garoto é apontado como o principal suspeito de ter matado os pais, os policiais militares Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, e Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos, além da avó, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, e da tia-avó, Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos. Segundo a polícia, o garoto teria cometido suicídio após atirar nos quatro familiares. A chacina ocorreu no dia 5 de agosto, na vila Brasilândia, zona norte de São Paulo.

De acordo com o delegado Itagiba Franco, nenhuma outra testemunha deverá depor nesta quinta-feira. Até agora, mais de 30 pessoas foram ouvidas pela investigação - entre elas, vizinhos, colegas de escola e professores de Marcelo.

O delegado afirmou ainda que a maioria desses depoimentos contribuiu para fortalecer a hipótese principal da polícia, a de que o adolescente matou os quatro familiares e depois cometeu suicídio. Porém, ele afirma ainda que os laudos periciais do IML e do Instituto de Criminalística, que devem ficar prontos na próxima semana, serão os principais elementos para analisar o caso.